O bombardeio israelense contra o Líbano se ampliou. Em uma das cidades mais afetadas, ao sul do Líbano, a cidade de Nabatiyeh, o bombardeiro foi noticiado por libaneses em suas redes sociais com fotos e vídeos, deixando pelo menos 11 vítimas, entre elas, quatro crianças.
No ataque, conforme noticiado pela emissora libanesa Al Mayadeen, uma família toda foi assassinada. O caso foi confirmado pela agência de notícias oficial do Líbano, que anunciou o assassinato dos membros da família Berjawi em um ataque israelense a um apartamento residencial na cidade de Nabatiyeh.
No último dia, os ataques se intensificaram. Dentro de uma hora, pela manhã de quarta-feira (14), 12 ataques foram feitos por “Israel” contra diversos alvos ao sul da fronteira libanesa, na área de Wadi Saluki.
Nas últimas semanas, ataques israelenses se intensificaram contra a infraestrutura do Hesbolá ao sul do rio Litani. Segundo analistas, o que “Israel” quer é que as forças do Hesbolá se retirem para o rio. O Hesbolá, em declaração por parte de seu oficial-sênior e deputado Hassan Fadlallah, afirmou que o partido se recusa a fazer isso. Ele disse que não haverá cessar-fogo no sul do Líbano, e disse que “Israel” enfrentará represálias após ataques no sul do Líbano no dia anterior terem matado 10 civis, metade deles crianças. “O inimigo pagará o preço por esses crimes“.
A Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA) relatou que o ataque na cidade de Nebatiyeh visou um prédio residencial na Rua Marjayoun, no centro de Nabatiyeh, com um míssil guiado. Causou o que foram chamados de “danos massivos” e resultou na morte de uma família inteira no que foi um verdadeiro massacre. “Pouco depois da meia-noite, as equipes de ambulâncias e socorro conseguiram retirar a criança Hussein Ali Amer dos escombros com vida, após mais de 4 horas de busca por sobreviventes“, relatou a NNA.
Um dia antes, em 13 de fevereiro, o líder do Hesbolá, Hassan Nasseralá, prometeu que as operações contra “Israel” não cessariam até que a guerra em Gaza fosse encerrada.
Em resposta, mais tarde, também na quarta-feira (14), o Hesbolá afirmou ter atingido um quartel militar israelense nas fazendas de Shebaa, no Líbano ocupado, com um foguete Falaq, um foguete superfície-superfície não guiado. O Hesbolá também anunciou que atingiu equipamentos de espionagem em um local militar israelense.
O partido libanês declarou que não buscará uma escalada maior do que a de “Israel”, mas responderá com força equivalente. Essa estratégia faz parte da política do Hesbolá de manter a pressão no norte para apoiar Gaza. “O fronte no sul do Líbano é [destinado a produzir] pressão, apoio para a derrota do inimigo e enfraquecê-lo até que a agressão [em Gaza] pare. Não importa o quanto nos ameacem, não cederemos, e mesmo se declararem guerra contra nós, não pararemos [as operações na] frente sul até que a agressão contra Gaza cesse”, disse em discurso no dia 13 o secretário-geral do Hesbolá, Saied Hassan Nasseralá.
Por fim, em seu discurso citado anteriormente, Nasseralá fala diretamente para o Estado sionista, dizendo que, “se você não quiser encerrar a guerra conosco, então você é bem-vindo [a continuar]. Quando o inimigo parar a guerra em Gaza, voltaremos às [formas anteriores] que estabelecemos, e nossas respostas serão proporcionais [ao efeito dos ataques]. Se o inimigo cumprir suas ameaças contra nós, deve saber que os cem mil que deixaram o norte, não retornarão. A Resistência hoje está mais certa, determinada e preparada para enfrentar o inimigo [israelense]“. “Ainda temos alguns casos pendentes com o inimigo”, conclui o secretário-geral do Hesbolá.
Quando “Israel” se retirou do sul do Líbano em maio de 2000, a ONU desenhou a Linha Azul entre os países, colocando as fazendas de Shebaa — porção de terra entre o Líbano e a Síria — fora do Líbano e dentro das Colinas de Golã sírias, que “Israel” ocupa atualmente.
Os ataques da ocupação sionista contra o sul do Líbano sem a deflagração de um estado de guerra é uma provocação. Uma operação que busca angariar mais apoio dos Estados Unidos, tendo em vista a preocupante situação em que “Israel” se encontra, já que, por não poder atingir alvos militares concretos, se vê limitado ao ataque a alvos civis, que foram os únicos realmente atingidos.