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Oriente Próximo

Irã está do lado da Palestina desde a revolução de 1979

Confira entrevista exclusiva do Diário Causa Operária com o Xeique Hussein Khalilo

Desde que o Irã enfrentou “Israel” por meio da Operação Promessa Cumprida, a qual deixou claro que a ocupação sionista já não possui o poder que possuia no Oriente Médio; as atenções de todo o mundo se voltaram ao país persa. Por isso, para entender o que é fato e o que é parte da campanha sionista contra o governo iraniano, o Diário Causa Operária (DCO) conversou com o Xeique Hussein Khalilo.

Natural de Qom, na República Islâmica do Irã, ele é formado na Universidade dessa mesma cidade. A Universidade de Qom é a mesma que formou importantes líderes xiitas, como o aiatolá Tabatabai, e o Saied Hassan Nasseralá, o secretário-geral do Hesbolá. Ele é conhecido no Brasil também por ser um ativo defensor da Palestina desde antes da atual guerra na Faixa de Gaza.

Na entrevista, Khalilo discute não só a relação entre a resistência palestina, liderada pelo Hamas, com o Irã, como também a campanha que o imperialismo leva adiante para tentar desestabilizar o governo revolucionário iraniano.

“Existem alguns pequenos grupos, como em qualquer país do mundo, que foram financiados através dos norte-americanos, através de ‘Israel’ para criar alguns problemas internos [no Irã], fazer alguns atos [contra o governo]. Mas, geralmente, é o povo que não permite que esses pequenos grupos, com decisão dos norte-americanos, com decisão dos israelenses, ataquem a revolução”, afirmou o Xeique.

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:

Como é a relação entre os muçulmanos xiitas e sunitas? O conflito na Palestina afetou essa relação? Geralmente, o islã é o mesmo entre xiitas e sunitas. O profeta é o mesmo, o alcorão sagrado é o mesmo, o mês do Ramadã é o mesmo. Existem alguns detalhes diferentes entre xiitas e sunitas, mas, geralmente, existiu sempre, na história, uma relação entre xiitas e sunitas, entre seus líderes.

Nós, como xiitas, sempre visitamos os irmãos sunistas, abraçamos os irmãos sunitas, vamos às mesquitas deles, rezamos com eles. Temos essa convivência, não temos problema.

No Irã, um país xiita, existe uma minoria sunita e eles têm o direito deles, a tranquilidade deles, uma convivência tranquila. Em relação à Palestina, que também é sunita, o Irã, desde o início da revolução até hoje, apoia os palestinos.

Por isso, geralmente, no islamismo, não temos essas dificuldades. Às vezes, o que existe é a propaganda dos imperialistas sionistas que querem criar um conflito entre eles [xiitas e sunitas], mas o islã nos ordena a ficar abraçados, juntos, fazer a religião avançar.

Qual a relação do Irã com a resistência palestina? Sabemos que, depois da revolução, o aiatolá Khomeini deixou bem claro que o primeiro assunto do mundo islâmico é a Palestina. Por isso que o Irã, desde o início, ficou ao lado da Palestina, apoiando de qualquer maneira possível – politicamente, financeiramente, espiritualmente.

Existe uma boa relação entre o Irã e a resistência palestina. Antes da revolução, tinha uma embaixada de “Israel” no Irã. Depois da revolução, fecharam [a embaixada] e a mudaram para uma embaixada da Palestina. Desde o início da revolução havia essa ligação, sempre houve essa conexão. Eles [os membros da resistência palestina] visitam o Irã, têm representante no Irã. Temos, também, o general Qassem Soleimani, aquele que sempre apoiou, ficou ao lado da resistência palestina. Eles [a resistência] sabem que o Irã é um dos países que ficou 100% ao lado deles. Por isso, cada vez que há um passo para frente, essa ligação entre o Irã e a resistência palestina, aumenta, melhora. Até acontecer a conquista dos palestinos no território deles.

O que você acha sobre o tratamento que a imprensa brasileira dá ao Irã e à resistência palestina? Como sabemos, a imprensa, geralmente, está na mão de imperialistas sionistas, e eles estão sempre atrás de seus próprios interesses. Falam, mostram, interpretam do jeito que beneficie o imperialismo e o sionismo.

Por isso, durante esses 45 anos da revolução, a imprensa do mundo inteiro falou contra o Irã, mostrou as coisas negativas sobre o Irã, mostrou um país atrasado, um país que está sempre em guerra, um país que não dá direito ao povo, não tem eleições, [no qual] mulheres não têm direitos. Sempre mostrando isso.

De um lado, somos vítimas desses grupos terroristas, como o EI [Estado Islâmico]; do outro lado, somos vítimas dessa imprensa que sempre fala contra o Irã, sempre fala as coisas negativas contra o Irã. Mas, sabemos que, hoje em dia, novos grupos nas redes sociais, nos jornais honestos que querem mostrar a realidade já estão crescendo.

Decerto que se quisermos comprar a força dessas redes sociais e pequenos grupos à imprensa, é pouco. Mas o trabalho deles está mudando cada vez mais a situação, passando as informações corretas para o povo do mundo. Por isso, essa também é uma grande luta que especialmente os jornalistas honestos carregam para combater esses grandes jornais, para conseguir levar as informações corretas para o público.

As manifestações contra o governo iraniano eram de fato populares? Manifestações contra o governo, no Irã, não temos. O povo ficar contra o governo, isso não existe. Geralmente, o povo aprova o governo, veja: todo ano, existe, no aniversário da revolução, mais de 1.200 cidades iranianas onde acontecem manifestações que estão comemorando a vitória da revolução. E isso mostra que o povo apoia a revolução, apoia o governo.

Existem alguns pequenos grupos, como em qualquer país do mundo, que foram financiados através dos norte-americanos, através de “Israel” para criar alguns problemas internos [no Irã], fazer alguns atos [contra o governo]. Mas, geralmente, é o povo que não permite que esses pequenos grupos, com decisão dos norte-americanos, com decisão dos israelenses, ataquem a revolução.

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