Em resposta ao atentado cometido pelas forças de ocupação da Palestina, que no último dia 1º bombardearam o consulado iraniano na Síria, as forças armadas do país persa aprenderam ontem (13) um navio de próximo ao Estreito de Ormuz. No mesmo dia, o Corpo da Guarda Revolucionária do Irã (CGRI) anunciaram que drones e mísseis de cruzeiro foram disparados contra “Israel”. Segundo o canal no Telegram das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam (braço militar do Hamas), as autoridades sionistas anunciaram que lidarão “com os drones iranianos assim que eles chegarem, mas a defesa não será 100%”.
A retaliação iraniana era esperada para ser muito mais intensa do que a resposta ao atentado anterior, ocorrido durante a manifestação em memória do general da CGRI, Qasem Soleimani. Na primeira etapa, a embarcação capturada foi identificada como MSC Aries, e, segundo a agência de notícias Associated Press, está associado à empresa Zodiac Maritime, parte do Zodiac Group, do bilionário israelense Eyal Ofer.
O navio está sob os cuidados da Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) e conforme nota divulgada pela agência estatal IRNA, “foi agora guiado em direção às águas territoriais de nosso país”.
Em seu perfil oficial no X, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que o Irã pratica “pirataria” e deveria ser sancionado.
“O Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana apreendeu um navio de carga civil português, pertencente a um membro da UE, reivindicando propriedade israelita.
O regime do aiatolá Khamenei é um regime criminoso que apoia os crimes do Hamas e está agora conduzindo uma operação pirata que viola o direito internacional.
Apelo à União Europeia e ao mundo livre para que declarem imediatamente o Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana como uma organização terrorista e para que sancionem agora o Irã.”
John Kirby, porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, disse na ocasião do anúncio da apreensão que as ameaças retaliação Israel continuavam “reais” e viáveis”, indicando que o imperialismo esperava algo muito pior. No começo da noite de sábado (no Brasil), foi o que aconteceu.
Pelo menos três mísseis de cruzeiro foram filmados por populares iraquianos enquanto cruzavam os céus do país. Segundo o canal no Telegram das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam (braço militar do Hamas), os mísseis são iranianos e têm “Israel” como alvo. As imagens dos mísseis e drones iranianos rapidamente proliferaram-se pelas redes sociais.
O governo iraniano confirmou que os objetos que sobrevoavam o Iraque eram parte da “Operação Promessa Verdadeira”, visando “punir” “Israel” pelo atentado israelense ocorrido no dia 1º de abril. Além dos disparos iranianos, o Escritório de Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido (UKMTO, na sigla em inglês) informou que drones também foram lançados do Iêmen em direção aos territórios da Palestina ocupados por “Israel”. A informação foi divulgada pelo canal no Telegram do órgão Resistance News Network, neste sábado (13).
O canal oficial das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam (braço militar do Hamas) também divulgou o importante apoio dos iemenitas, informando: “Novo lote de mísseis balísticos lançado do Iêmen”. O partido revolucionário Ansar Alá tem apoiado a revolução palestina atacando embarcações imperialistas no golfo de Aden, que liga o Mar Arábico ao Mar Vermelho.
Também em apoio ao Irã e somando forças contra os invasores sionistas da Palestina, o partido revolucionário libanês Partido de Alá (Hesbolá, em árabe) empreendeu uma série de ataques com foguetes, direcionados ao norte de “Israel”. O canal do Telegram Resistance News Network divulgou vídeos da artilharia libanesa mostrando “dezenas de foguetes lançados do sul do Líbano em direção ao norte da Palestina ocupada e ao Golã sírio ocupado.”
No mesmo órgão de imprensa, foi divulgado um comunicado do partido revolucionário libanês, que diz:
Em nome de Alá, o Clemente, o Misericordioso.
“A permissão [para lutar] foi concedida àqueles que estão sendo combatidos, porque foram injustiçados. E, de fato, Alá é competente para lhes dar a vitória.”
Esta é a verdade de Alá, o Altíssimo, o Todo-Poderoso.Em apoio ao nosso inabalável povo palestino na Faixa de Gaza e em apoio à sua valente e honrosa resistência, e em resposta aos ataques do inimigo ‘israelense’ a vilarejos e cidades seguras, os combatentes da Resistência Islâmica, às 12h35 do domingo, 14/4/2024, atacaram o quartel-general de defesa aérea e de mísseis no quartel de ‘Keila’ no Golã sírio ocupado com dezenas de foguetes Katyusha.
“E a vitória é somente de Alá, o Poderoso, o Sábio.”
Apesar da informação inicial emitida pelo governo israelense de que cerca de 150 drones se deslocavam para o território controlado pelos sionistas, o órgão iraniano em inglês Tehran Times citou a rede norte-americana ABC para noticiar que “atualmente, de 400 a 500 drones estão se dirigindo a Israel após serem lançados do território do Irã” (“Israel getting punished with ‘Operation Truthful Promise’”, 13/4/2024). Os iranianos não confirmaram, mas tampouco negaram a afirmação do órgão norte-americano.
Na Casa Branca (sede do governo norte-americano), o presidente Joe Biden cancelou a folga de fim de semana e retornou a Washington, onde debateu a crise após o lançamento da retaliação iraniana. Em seu perfil oficial no X, declarou:
“Acabo de me reunir com minha equipe de segurança nacional para uma atualização sobre os ataques do Irã contra Israel. Nosso compromisso com a segurança de Israel contra as ameaças do Irã e de seus representantes é inabalável.”
Até o fechamento desta edição, ainda não haviam atualizações sobre possíveis retaliações do imperialismo contra a nação persa. No entanto, é esperado que a incisiva resposta de Teerã aos atentados sionistas ensejem uma reação dos atingidos, que de outro modo, darão uma demonstração de fraqueza.
O governo iraniano já reivindicou na ONU que age conforme seu direito à autodefesa, absolutamente legítimo após o ataque criminoso de “Israel” contra uma missão diplomática iraniana, este sim, totalmente ilegítimo. Resta acompanhar e saber qual o movimento do imperialismo na sequência, se aceitará a legitimidade da retaliação persa (abrindo assim uma crise em Telavive) ou se reagirá, podendo levar o atual conflito a uma conflagração de proporções ainda difíceis de mensurar.
