Diretores do Sindicato dos Bancários de Brasília e da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro Centro Norte (Fetec/cn), a convite do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, foram fazer visitas, entre os dias 11 e 13 de dezembro, nas agências do Banco do Brasil para fazer uma avaliação mais aprofundada, in loco, do “novo” projeto piloto do “Inova Varejo”.
Conforme relatou o presidente da FETEC/CUT/CN, Rodrigo Brito, “visitamos todos os setores e tipos de atendimento do banco em Vitória. Fizemos reuniões com gerentes e também com delegados sindicais, nas agências. A insatisfação é quase unânime, porque prioriza a área negocial e a clientela de alta renda, excluindo os de baixa renda, potencializa o individualismo e precariza as relações de trabalho”. (sítio Fetec/cut/cn 18/12/2024)
“Problemas com a nova proposta de encarteiramento dos clientes, metrificação entre o orçado e realizado, fechamento de postos de trabalho, aumento da sobrecarga de tarefas e do adoecimento do funcionalismo são questões que ficaram nítidas durante as vistorias e reuniões realizadas”. (Idem)
O projeto “Inova Varejo” do Banco do Brasil é mais uma medida da implementação da tal “reforma” bancária que está em pleno desenvolvimento no País, cujos interesses recaem, única e exclusivamente, aos banqueiros e especuladores financeiros nacionais e internacionais.
Do ano de 2019 até agora, os bancos já fecharam 3.216 agências bancárias em todo o País e, nos últimos 12 meses, foram fechados mais de 4 mil postos de trabalho, ou seja, demissão em massa.
Com essa política, apenas 55,5% dos 5.565 municípios brasileiros possuem uma agência bancária, ou 44,55% do total, não contam com este serviço. Em consequência dessa política, 18 milhões de brasileiros estão sem atendimento bancário em suas cidades.
Tudo isso faz parte do processo de “enxugamento” do sistema bancário, concentrando ainda mais o capital financeiro em direção aos bancos múltiplos e nas chamadas fintechs, com o aumento indiscriminado da lucratividade no setor.
A concentração de capital financeiro, decorrente dessa política vem inviabilizando os bancos estatais, eliminando o sistema da Caixa Econômica, e provocando o fechamento generalizado de agências e a diminuição da participação do setor público na economia e a perda total do poder de influência do Estado na política financeira – vide “independência” do Banco Central – que se dá à mercê dos interesses dos banqueiros privados nacionais e internacionais.
Como consequência, o que se constata são maiores restrições ao crédito e aos serviços bancários, principalmente para os pequenos clientes – a maioria absoluta da população – além do inevitável crescimento da taxa de juros e da agiotagem.
Se a manobra da “Reforma” Bancária interessa aos banqueiros nacionais e internacionais não virá, sem sombra de dúvidas, beneficiar aos trabalhadores brasileiros e, em especial aos bancários.
Junto a essas medidas, vem o aumento da exploração da mão-de-obra barata, o uso abusivo das horas extras gratuitas, a terceirização, assédio moral e as demissões em massa. Essa política já significou a redução de cerca de 100 mil postos de trabalho bancário desde o famigerado governo neoliberal de FHC (PSDB); e os banqueiros não estão satisfeitos e se preparam para mais demissões no setor.
O objetivo dos banqueiros é lucrar cada vez mais. É a submissão total da economia brasileira aos interesses gananciosos dos banqueiros e do imperialismo mundial.
Cabe aos bancários, assim como toda a população a defesa das funções sociais do sistema bancário como provedor de créditos e serviços e mais ainda, a defesa dos empregos e dos salários da categoria bancária frente a mais este ataque.