Na sexta treze, uma encruzilhada
O felino negro esgueirou-se em uma mente vazia
Os meandros de um labirinto sem fim.
Na primeira parte do tempo,
um corvo marcava o passo do gramofone
uma música triste de fundo
ecoava no laço de um serviço
A macumba negra, de uma bruxa aposentada
Desfazia a areia da ampulheta
Eram quatro peças simultâneas
Em uma beijava
Na segunda amava,
Então renegava
Para, em fim, entorpecer-se
Mais a fundo,
Os círculos dos segredos se amontoavam
Olhava o quarto negro apenas pelo fecho
Uma pequena luz lusco-fusco
O fogo tentando manter-se ali
Enxergou uma baleia que voava no horizonte
Cantando aos ventos seus desejos
Perdendo-se no espaço
Seu tempo já perdido,
trazia todas as cores
O sabor de uma vida sem limites
Não havia mais tempo
Tudo corria num único agora
Que o acordar mudaria tudo
Então o esquecimento
Enterraria seu mar de sonhos
No infinito inconsciente