Apesar de ainda não ter conquistado objetivos militares significativos, “Israel” segue perpetrando seu genocídio contra os palestinos em Gaza, dia a dia.
Desde que violou a trégua temporária, em 1º de dezembro de 2023, passou a centrar seus ataques nas regiões central e sul do enclave. No que se refere a esta última, grande parte dos ataques está concentrada na cidade de Khan Younis, que vem sendo especialmente visada desde janeiro deste ano.
E não é apenas um ataque geral contra a cidade. O Hospital Nasser vem sendo progressivamente cercado pelas tropas das IOF (Forças de Ocupação de “Israel”) há vários dias.
Conforme vem sendo noticiado por diversos órgãos de imprensa, dentre os quais as rede catariana Al Jazeera, nesta segunda-feira os ataques tanto à cidade, quanto ao hospital e às suas imediações foram intensificados pelas tropas sionistas. Até o fechamento desta edição, já são 40 palestinos assassinados apenas na cidade de Khan Younis, neste dia 23.
Segundo Tareq Abu Azzoum, correspondente local da rede em Rafá, “a situação parece ser completamente catastrófica”, acrescentando que o pessoal médico do Hospital Nasser relatou que disparos das tropas israelenses estavam atingindo o interior do complexo. Em uma nova demonstração de que o objetivo de “Israel” é a expulsão dos palestinos de suas terras, Azzoum também informou que o cerco impede que ambulâncias evacuem ou levem feridos ao hospital.
Nesse sentido, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários declarou que a “negação recorrente de acesso de equipas humanitárias ao norte de Gaza está impedindo a necessária intensificação das operações de salvamento de vidas”.
Diante do bombardeio incessante, médicos do Hospital Nasser relatam que podem sentir o chão tremendo, segundo relato de funcionários da organização Médicos Sem Fronteiras.
Vale, então, destacar relatos de primeira mão daqueles que estão ou estiveram no local, em especial funcionários do hospital. Nesse sentido, vejamos o que diz Naseem Hassan, paramédico que foi obrigado a fugir de Khan Younis, para sobreviver aos ataques do sionismo:
“As pessoas estão fugindo de Khan Younis para al-Mawasi, uma região na costa. Elas estão sendo obrigadas a caminhar por uma longa e árdua estrada, cercada por tropas israelenses o tempo todo.
[…]
Nesta tarde eu tive de fugir do Complexo Médico Nasser, em razão dos inúmeros ataques que estavam sendo realizados nos arredores. A todo momento, feridos e mais feridos chegam ao hospital. Estávamos com escassez de pessoal médico e houve uma transferência de pessoas deslocadas das escolas e de outros abrigos ao redor do hospital para o hospital.
[…]
Infelizmente, as ambulâncias não conseguem chegar aos hospitais. Conseguimos recolher os feridos e mortos [e colocá-los] em veículos, mas não temos ideia para qual hospital ir. Todas as estradas que levam a todos os hospitais estão fechadas. É muito difícil transferir os feridos. Não há comunicação entre as ambulâncias. Assim que uma ambulância sai, eles ficam fora de contato e não conseguimos nos comunicar.”
Vê-se, então, que o padrão permanece: “Israel”, sem conseguir derrotar a resistência palestina, segue assassinado a população civil, de forma indiscriminada.
Nesse sentido, paralelamente ao genocídio que os sionistas continuam a cometer contra os palestinos, continuam a aparecer informações das baixas sofridas pelas IOF.
As próprias forças de ocupação admitiram, nesta segunda-feira, a morte de 24 soldados israelenses. E o que é mais desmoralizante para “Israel”, as baixas ocorreram em um único ataque.
“Eles caíram em batalha perto da cerca da fronteira, durante uma operação de defesa na zona tampão entre as comunidades israelenses e Gaza. Esta é uma tarefa cujo objetivo é criar as condições de segurança para o regresso seguro dos residentes [israelenses] às suas casas”, disse o chefe do exército israelense, Herzi Halevi.
Uma demonstração do fracasso de “Israel” em criar uma “zona tampão” entre as comunidades “israelenses” e Gaza. Logo após o dia 7 de outubro, o objetivo declarado do governo de “Israel” era erradicar a resistência palestina, em especial o Hamas, da face da Terra. De forma que a mera tentativa de criar uma “zona tampão” serve para demonstrar que a resistência vem sendo vitoriosa.
Chegou-se a um ponto em que a própria imprensa sionista é forçada a noticiar que as forças de ocupação não conseguem dobrar resistência. Assim noticia o jornal Jerusalem Post, ao informar que as tropas israelenses não estão mais conseguindo promover o mesmo número de baixas ao Hamas que supostamente estavam conseguindo no início do conflito:
“As FDI mataram cerca de 3.500 pessoas no norte de Gaza nas três semanas iniciais da invasão, mas mataram apenas cerca de 2.000 mais nas últimas seis semanas, indicando que a eliminação das forças do Hamas caiu drasticamente”.
Em que pese esses números serem questionáveis, o fato de que um jornal sionista é obrigado a reconhecer que as tropas israelenses não conseguem derrotar a resistência palestina é mais um sinal da crise em que “Israel” se encontra, e da qual não consegue se desvencilhar.
Assim, à medida que o conflito se prolonga, a resistência palestina promove mais baixas às IOF e se fortalece entre o povo palestino; enquanto que as tropas sionistas sofrem mais baixas, e o Estado de “Israel” se afunda em crise, com seu regime político cada vez mais instável, tanto perante o povo israelense, quanto perante a população mundial.





