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HTS

Imprensa burguesa lança campanha: ‘meu terrorista favorito’

A imprensa tem se esforçado para convencer as pessoas de que os mercenários contratados pelo imperialismo são na verdade revolucionários preocupados com questões humanitárias

A imprensa tem se esforçado para convencer as pessoas de que os mercenários contratados pelo imperialismo, que depois de mais de uma década de crimes finalmente derrubaram o governo de Bashar al-Assad na Síria, seriam seres humanitários e preocupados com as minorias que libertaram, por meio de uma “revolução”, a população de toda “opressão” imposta pela “ditadura” que supostamente existia no país. Embora sejam considerados terroristas por vários países, inclusive nos Estados Unidos, que oferecem US$10 milhões pela captura do líder da organização Hayat Tahrir al-Sham (HTS), depois de um “banho e tosa” desses verdadeiros animais, no pior sentido da palavra, lançaram uma campanha apelidada oportunamente por este jornal de “meu terrorista favorito”.

A revista britânica The Economist publicou uma entrevista com Abu Hassan al-Hamawi no último dia 13 em seu portal. A matéria busca apresentar o comandante militar do HTS como uma pessoa serena descrevendo seus gestos e preocupações. O grande responsável pela derrubado teria uma preocupação especial com as minorias, não sei se tamanho afeto incluiria também os setores LGBTs. Mas, fato é que está responsável pela região de Latakia, localizada na costa de noroeste da Síria, onde seria o “coração” da minoria alauita, da qual a “seita” da família Assad faz parte e de onde teriam saído os altos funcionários do governo.

Segundo o texto, os alauitas seriam sinônimo de crueldade para muitos sírios, mas evidentemente o comandante militar garantiu que os mesmos não serão alvos de violência. Apesar da promessa de amores, há uma série de vídeos publicados na rede social X, por perfis que defendem o eixo de resistência islâmica, que mostram a cenas de assassinatos brutais promovidos por militantes do HTS após a “revolução”. Há outras questões como a “Lei da Sharia”, a obrigatoriedade do uso de véu a mulheres cristãs e a proibição de empregar mulheres no trabalho, bem como de irem a escola, que o comandante insiste dizer que não existir tais planos diverge das declarações das autoridades indicadas pelo HTS, que sendo veiculadas por estes perfis e pela imprensa independente.

O The Guardian, por sua vez, buscou fazer propaganda de Abu Hafs al-Hamwi, Chefe da ala militar do HTS. O jornal britânico buscou contar como a organização de mercenários teriam dado a volta por cima se organizando militarmente depois de derrotas para o governo de Bashar al-Assad, os mesmo teriam desenvolvido capacidade de produzir armamento próprio, veículos e também drones. A impressão transmitida é que o HTS seria uma espécie de Hesbolá, apesar do imperialismo o considerar uma organização terrorista e não revolucionária, o problema é que a resistência libanesa foi forjada em meio a invasão de seu país pelo regime sionista em 1982 e, claro, recebeu suporte de outros países como Irã e Síria. Já o HTS é formado por mercenários de 91 nacionalidades diferentes, sendo somente a metade árabe, mesmo essa parcela não é integralmente síria. Então, qual seria o interesse dos supostos revolucionários em derrubar o governo? Qual seria a relação desses estrangeiros com o país? Quem os forneceu ajuda econômica e militar? Essas perguntas não são difíceis de responder, evidentemente que foram contratadas pelo imperialismo que deseja controlar a região por questões estratégicas e econômicas relacionadas ao petróleo.

Já a CNN publicou uma entrevista com o líder do HTS, Abu Mohammad al-Jolani, exatamente um dia antes da queda de Bashar al-Assad, onde expressou que seu objetivo seria colocar fim ao “autoritarismo” na Síria. Diante do fato da ligação do HTS com organizações consideradas terrorista como al-Qaeda e al-Nusra, além do próprio al-Jolani estar na lista de procurados pelos Estados Unidos que oferta a singela quantia de US$10 milhões por sua captura, a TV norte-americana publicou em seu portal que o líder do HTS justificou que uma pessoa pensa com uma cabeça quando está na faixa dos 20 anos e com outra quando na casa dos 30 ou 40 anos de idade. Ou seja, o terrorista teria passado por processo que o transformou em revolucionário. Sobre esse caso, cabe destacar que o vídeo não sofreu qualquer sanção das plataformas de internet em virtude da promoção de um terrorista e de sua organização. Desta forma, fica claro que o objetivo da censura promovida nas redes sociais nada tem a ver com o ao discurso de ódio, se trata de uma arma de guerra para que as pessoas não se inteirem sobre os crimes perpetrados pelo imperialismo, até porque “Israel” foi reconhecido como um regime criminoso pelas instituições internacionais, porém a exibição monstruosidades contra a população palestina publicadas como piada não sofrem sanção alguma.

Assim, o cinismo do imperialismo e sua imprensa torna-se cristalino. Basta colocar ex-terroristas dentro de uma máquina de lavar, aparar seus cabelos e barbas, bem como, cortar suas unhas do pé para que se tornem verdadeiros revolucionários. Da mesma forma, a propaganda imperialista condena a ação russa na Ucrânia desconsiderando todo contexto de fundo, sob argumentação de que a entrada de forças militares em território alheio é uma violação da soberania deste, buscam transmitir a ideia de que a derrubada de um governo soberano por grupos estrangeiros é algo democrático quando se trata de governos “ditatoriais”. Evidentemente as invasões norte-americanas, todos os seus crimes em larga escala como a explosão de bombas atômicas e as bases plantadas em todas as regiões do planeta certamente são para o bem da humanidade.

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