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Neymar e Flamengo

Imprensa burguesa contra Neymar e o futebol brasileiro

Maiores inimigos do futebol brasileiro, a imprensa burguesa ataca Neymar novamente, sem motivo, por não ser um padre

No Maracanã, Rio de Janeiro, o melhor jogador do mundo nos últimos anos assistiu à vitória do Clube de Regatas do Flamengo sobre um rival. Em qualquer lugar, em qualquer esporte, caso se tornasse notícia, seria noticiado talvez como uma honra ao clube, assim como poderia ser explorado, também, o ângulo sobre como ganharia o futebol brasileiro e a população brasileira em ter um ídolo fora da Europa, retornando aos campos brasileiros. Mas não. No mundo dos jornalistas comprados pelo imperialismo, no mundo do jornalismo que deseja entregar o pouco que os trabalhadores têm, como o futebol, para as mãos da burguesia, o ídolo deve ser atacado, assim como a chance de jogar no clube de maior torcida no país.

 

Renato Maurício Prado, um colunista esportivo conhecido por atacar astros da seleção brasileira ao lado de mais personalidades repugnantes como Casagrande e Juca Kfouri, recentemente colocou novamente o nome de Neymar, o melhor jogador do mundo, em suas bocas, criticando uma possibilidade do ídolo vir jogar no Brasil; mas especificamente no Flamengo. Durante o programa “Fim de Papo” do UOL, Prado foi enfático ao afirmar que a presença de Neymar no clube carioca seria prejudicial, um “desastre” para a equipe. Em sua fala, o jornalista mencionou não querer Neymar no Flamengo alegando que “Gabigol se perdeu na carreira no momento que ele resolveu copiar tudo que o Neymar faz dentro e fora de campo”. O destaque inicial vai para a problematização em torno de copiar o Neymar “dentro e fora de campo”. Isto é, supostamente copiar o melhor jogador do mundo, indiscutivelmente um dos maiores jogadores brasileiros da história, dentro de campo seria um erro? O questionamento é esdrúxulo quando vai ao extra-campo, mas questioná-lo dentro de campo beira o ridículo, sego pela ideologia burguesa e pela sede de destruir os ídolos nacionais.

 

“O Gabigol virou, ou tentou virar, um superstar como o Neymar e aí a carreira dele escorrer entre os dedos do pé. Eu não quero o Neymar no Flamengo”. Na fala do colunista, outra questão escrachada é a lógica de “matar os dois coelhos com uma cajadada só”. Ou seja, ao mirar em Neymar, atinge Gabriel Barbosa, o Gabigol, ídolo do clube rubro-negro na campanha de 2019, onde venceu o campeonato brasileiro e a Libertadores, e já se posicionou por diversas vezes, de forma pública, contra a imprensa venal burguesa.

 

No último ano, Gabriel, em entrevista pós-jogo, respondeu ao jornalista, que buscava implementar rachas no elenco da Gávea, da seguinte forma:

 

“Temos problemas da gente com vocês da imprensa. Vocês criam coisa na cabeça do torcedor, criam coisa dentro do clube. […] O Flamengo não é Big Brother, com câmera, fofoquinha. É um grande time, é o maior do Brasil, com jogadores de futebol atrás do sonho próprio e do clube”. A postura firme de Gabigol repercutiu entre os torcedores e nas redes sociais, com muitos elogiando sua defesa do elenco e críticas à imprensa, mas o atacante rubro-negro não é o único a se posicionar contra os algozes do futebol brasileiro. Vários técnicos, como Vanderlei Luxemburgo, do Corinthians, chamado de “ultrapassado” pelos porta-vozes vendidos do imperialismo, têm reagido em suas entrevistas, confrontando os jornalistas e dando respostas firmes, assim como Renato Gaúcho e Fernando Diniz, que também mostram uma atitude mais assertiva em relação à imprensa. Essas atitudes evidenciam uma reação do futebol brasileiro, tanto de jogadores quanto de treinadores, contra o trabalho nocivo da imprensa.

 

As falas de Prado, ao contrário do que possam parecer, não são voltadas ao futebol. Apesar de tentar dar uma aparência esportiva, o colunista continua e rapidamente dispara: “Neymar vive uma vida paralela”, referindo-se ao fato de que Neymar, o melhor jogador do mundo, é frequentemente visto em festas e eventos sociais, o que, na sua lógica, poderia desviar a atenção necessária para manter um desempenho de alto nível no futebol. Como revelado no evento em que o ídolo foi criticado por ir ao cruzeiro, para a imprensa burguesa, o melhor jogador do mundo não pode se divertir, tampouco viajar, aproveitar sua família ou ter momentos de lazer com amigos.

 

O pior se dá quando o colunista continua, afirmando que “ele é um jogador já em franca decadência e hoje é quase um personagem de quadrinhos”, algo sem base na realidade. “Ele vive uma vida paralela. Se ele for para o Flamengo, ele vai levar essa vida paralela como exemplo para toda a garotada do Flamengo que estiver lá, a gente viu ontem isso, o Neymar é um ídolo dessa galera.” Ou seja. O próprio inimigo do futebol e representante da imprensa burguesa reconhece: Neymar é ídolo das novas gerações brasileiras! Mas, quem entende de futebol mesmo, não são os jogadores, muito menos os técnicos. São os jornalistas! Para eles, Neymar não deve ser julgado por suas habilidades futebolísticas, mas por sua moral cristã. Neymar, o melhor jogador do mundo, deve se tornar um padre. Mas não qualquer padre! Deve ser um discípulo não de Pelé, mas de Júlio Lancellotti. Ao entrar em campo, Neymar deve fazer gol e dedicá-lo aos pobres e às mulheres vítimas de violência doméstica. Deve trabalhar por amor, destinando seu salário à caridade, servindo cafés da manhã sociais antes do treino e se doando ao trabalho voluntário quando o treino termina. Para a imprensa, Neymar deveria ser tudo, menos ser o melhor naquilo que ele se propõe e o é: o melhor jogador de futebol do mundo.

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