Na última segunda-feira (10), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para suspender duas leis que proibiam o uso de linguagem neutra nas escolas dos municípios de Ibirité (MG) e Águas Lindas de Goiás (GO).
As ações julgadas pelo Supremo foram protocoladas pela Aliança LGBTI+ e pela Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas. Elas argumentam que as normas impõem censura e comprometem a liberdade de expressão e o direito fundamental de ensinar e de aprender.
Será esta a verdadeira preocupação destas entidades? Nos últimos anos, a censura avançou a passos largos no Brasil, e foi instituída no regime político com base em coisas como o combate ao “racismo” e à “homofobia”. Nesse sentido, é difícil acreditar que tais organizações tenham como interesse a defesa da liberdade de expressão.
Sobra, portanto, a pergunta: de onde vem a defesa de “problemas” que praticamente ninguém leva a sério, como é o caso da linguagem neutra?
Fato é que se trata de um posicionamento político e que, consequentemente, representa certos interesses. Nesse caso, esse tipo de “disputa” serve para que a burguesia possa aliciar uma base de sustentação para a política burguesa pró-imperialista, e o principal alvo dessa ideologia, o identitarismo, é a juventude.
Afinal, a jogada é a seguinte: querem que os jovens estejam preocupados com linguagem neutra, com a reparação histórica da escravidão, com o amor livre etc. ao invés de lutarem por reivindicações concretas, como o fim do vestibular e das escolas militares.