O imperialismo norte-americano e europeu segue promovendo ações desestabilizadoras na Geórgia, um país estratégico na fronteira com a Rússia. Por meio de métodos já conhecidos de revoluções coloridas, grupos golpistas, financiados por ONGs com ligação direta aos agentes do imperialismo, buscam desacreditar os resultados das eleições parlamentares recentes, que consolidaram o partido Sonho Georgiano, de interesses mais nacionalistas e não hostil à Rússia, como força governante.
No último sábado (30), manifestantes deram início a uma marcha em Tbilisi, a capital da Geórgia, com o objetivo declarado de impedir a primeira sessão parlamentar dos legisladores recém-eleitos. Conforme reportado pela emissora RT e imagens veiculadas pela agência TASS, os manifestantes bloquearam a Praça dos Heróis durante a caminhada rumo ao parlamento. Entre as bandeiras exibidas, além das da União Europeia, destacaram-se as da OTAN, símbolo da interferência militar do imperialismo norte-americano na Europa. As manifestações deixam clara a ligação entre os grupos oposicionistas e as forças imperialistas que utilizam o pretexto de “democracia” para intervir em países estrategicamente posicionados.
Ao chegarem ao parlamento, na noite de sábado, os manifestantes iniciaram um protesto denominado “manifestação sentada”, prometendo dificultar as atividades do governo eleito. Barracas foram erguidas nas proximidades, intensificando a atmosfera de confronto. Em resposta, as forças de segurança georgianas montaram um perímetro de proteção ao redor do parlamento, prevenindo possíveis tentativas de invasão. O Ministério do Interior alertou os manifestantes para que permanecessem dentro dos limites legais, afirmando que qualquer violação seria tratada com medidas rigorosas.
Nesta segunda-feira (25), mesmo com a continuidade dos protestos, o governo conseguiu realizar a primeira sessão parlamentar. De acordo com a emissora Sputnik, a reunião foi aberta sob forte esquema de segurança, marcando a consolidação do novo parlamento. A presidenta Salome Zurabishvili, considerada uma agente imperialista e ausente da cerimônia, foi substituída na abertura da sessão pelo deputado mais idoso, Lado Kakhadze. Apesar do boicote de parlamentares da oposição, o novo parlamento foi oficialmente constituído, e Shalva Papuashvili, do Sonho Georgiano, eleito como presidente da casa legislativa.
O chefe da Comissão Eleitoral Central da Geórgia, Giorgi Kalandarishvili, declarou que o órgão está preparado para organizar as eleições presidenciais dentro de 45 dias, conforme determina a legislação. A atual presidente, Salome Zurabishvili, é vista como um entrave imperialista dentro do Estado, e sua possível substituição representa uma nova oportunidade para o Sonho Georgiano consolidar seu poder.
O fracasso dos manifestantes golpistas em impedir a sessão inaugural do parlamento é um sinal de que o governo georgiano, sob o comando do Sonho Georgiano, conseguiu conter, ao menos temporariamente, a ofensiva imperialista. Contudo, as movimentações de ONGs financiadas pela burguesia estrangeira, combinadas ao apoio de estruturas como a OTAN e a União Europeia, mostram que a tentativa de golpe está longe de ser encerrada.
O cenário na Geórgia reflete uma ação do imperialismo já vista em outros países da região, como Ucrânia e Bielorrússia. A resistência do governo e a proximidade com a Rússia colocam a Geórgia no centro de um conflito que vai além de suas fronteiras, pois os interesses do imperialismo na desestabilização de países que se recusam a se alinhar ao bloco imperialista é não apenas recorrente, como motivo principal da operação militar que a Rússia legitimamente desencadeou na Ucrânia.
Sobre o nacionalismo presente na Geórgia, por sua vez, destaca-se o caráter do nacionalismo de país atrasado, que vai de encontro com os interesses da burguesia imperialista e deve, nessa conjuntura, ser defendido e apoiado integralmente em sua luta contra as interferências internas a mando de Washington. Candidaturas nacionalistas da Geórgia, Moldávia e qualquer país de capitalismo atrasado que emerjam tenderão, se verdadeiramente nacionalistas, a se chocarem contra o imperialismo.