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Um ano de dilúvio

Iêmen: revolução do Ansar Alá torna marinha dos EUA obsoleta

A operação do Hamas foi tão poderosa que deu força para o Iêmen tomar o Mar Vermelho de assalto e mostrar ao mundo que acabou a era da dominação marítima do imperialismo

A Revolução Palestina iniciada com a operação Dilúvio de al-Aqsa no dia 7 de outubro de 2023 se espalhou por todo o Oriente Médio, mas um país, que já vivia sob um governo revolucionário, foi o que mais ganhou destaque por suas ações, o Iêmen. O governo revolucionário do Ansar Alá, que tomou o poder em 2014, derrotou o imperialismo de tal forma que ele está em guerra total contra “Israel”, diante das suas capacidades, e nenhuma política imperialista consegue enfraquecer o Iêmen. Os iemenitas mostraram ao mundo o que é a defesa real da Faixa de Gaza.

Para quem não conhece a história no Iêmen vale a pena um resumo. O país vivia sob uma ditadura pró-imperialista controlada pelos EUA até o ano de 2014. Os chamados Hutis, na verdade, o partido Ansar Alá que é liderado por Abdul Malic al-Huti, na conjuntura da Primavera Árabe conseguiram tomar o poder em uma verdadeira revolução. O imperialismo lançou uma guerra de características genocidas usando a Arábia Saudita e todos os governos árabes reacionários para atacar o Iêmen no ano de 2025. Em setembro de 2023 a Revolução Iemenita estava prestes a vencer a guerra totalmente, os sauditas foram derrotados pelas novas armas do Iêmen, um acordo de paz estava prestes a ser aprovado. Então veio o 7 de outubro.

O Iêmen, um governo revolucionário sem nada a perder, declarou apoio total à Palestina. Um dos dirigentes do Ansar Alá aprestou a política de forma muito clara. Ele afirmou que os iemenitas não têm medo do que o imperialismo faria com o país, eles só tinham medo do que Alá faria com eles caso não ajudassem o povo palestino. Assim começou uma série de etapas diferentes das ações militares do Iêmen. Nos primeiros meses elas aconteceram nos mares próximos ao país. O objetivo dos iemenitas era bloquear o Mar Vermelho para “Israel”.

Começaram operações contra navios ainda em outubro. Mas em novembro eles não podiam mais ser ignorados, tomaram um navio de refém e filmaram tudo para mostrar ao mundo. Diante do genocídio em Gaza, os iemenitas se tornaram heróis internacionais. Eles fizeram o que o povo clamava, tomaram uma ação real para impedir o genocídio. Desde então as operações aumentaram cada vez mais, o Iêmen testou todas as suas armas novas para impor esse bloqueio. Drones navais, mísseis hipersônicos, misseis de cruzeiro. Agora eles atacam qualquer empresa que tem relações com “Israel” nos mares Vermelho, Arabico, Mediterrâneo e no Oceano Índio. Quando mais próximo do Iêmen maior o número de ataques.

O imperialismo perde o controle dos mares

A ação do Iêmen foi uma gigantesca afronta ao imperialismo. Assim se organizou uma gigantesca operação para reprimir violentamente o Iêmen, em dezembro os EUA juntaram 10 países e formara a Guardiã da Prosperidade. Foi a maior movimentação da marinha norte-americana desde a Segunda Guerra Mundial. E foi uma operação totalmente derrotada. Os navios de guerra dos EUA foram totalmente incapazes de impedir o Iêmen, eles, na verdade, se tornaram alvos diretos dos iemenitas.

Os EUA então passaram a fazer a única política que ainda conseguem, chamaram os ingleses e iniciaram bombardeios do Iêmen. Qual foi a consequência? Aumentaram a popularidade do governo do Ansar Alá. O Iêmen sempre foi muito divido e o imperialismo ainda detêm controle de um território com cerca de 20% da população. Com a luta contra os sionistas e os EUA, o governo fantoche começou a se desmoralizar cada vez mais, as tribos que ainda não estão aliadas do Ansar Alá começaram a dialogar com o governo. A luta direta contra o imperialismo fortaleceu a revolução.

A derrota dos EUA foi tão humilhante que essa operação foi desativada discretamente. O Iêmen mostrou ao mundo inteiro que os EUA não conseguem mais controlar os mares, foi a maior derrota do imperialismo neste ano. A marinha era o grande orgulho do Estado norte-americano, agora ela não consegue nem deixar um país miserável, mas determinado, na linha.

Guerra até a libertação da Palestina

A operação dos iemenitas foi um sucesso tão grande que eles precisaram ampliar sua política, pois havia poucos navios para atacar. Os iemenitas então chegaram a quinta fase da guerra, atacar diretamente o Estado de “Israel”. Desde outubro eles tentavam, mas havia uma barreira tecnológica dada a distância de 2 mil km entre Iêmen e Palestina. Mas os engenheiros iemenitas estavam atuando em todos esses meses para resolver esse problema. Em julho, o Iêmen conseguiu atingir Telavive com um novo drone chamado Jafa, o nome palestino da cidade, e eliminar um sionista. Foi um evento gigantesco, o primeiro ataque a Telavive desde o início da guerra foi realizado pelo Iêmen!

Os sionistas enfurecidos bombardearam o porto iemenita de Hodeida no dia seguinte. O efeito foi o mesmo dos bombardeios dos EUA, aumento a determinação do Iêmen. A retaliação a esse bombardeio chegou dois dias antes da contra-ofensiva do imperialismo no Líbano, no mês de setembro. O Iêmen lançou um míssil hipersônico chamado Palestina diretamente na região de Telavive. Agora os iemenitas possuíam duas armas capazes de atingir o coração de “Israel”.

Em meados de setembro, o imperialismo decidiu que a situação de “Israel” era tão critica que era necessário escalar a guerra. O alvo era o Líbano, começaram com ataques terroristas explodindo bipes, depois o bombardeio de Beirute e depois o assassinato de Nasseralá, secretário-geral do Hesbolá. O Iêmen, que já tinha chegado na fase de ataque direto a “Israel” não esperou. A cidade de Telavive virou o novo alvo. Em duas semanas, os iemenitas atacaram a cidade cinco vezes, além de ampliar os ataques contra navios dos EUA. O impacto militar não foi grande, mas politicamente eles tornaram Telavive uma zona de guerra, o que é terrível para “Israel”.

O Iêmen mostra a força da revolução. Fora o Irã, que tem características mais complexas, o Iêmen é o único país onde a resistência de fato é o governo, e isso o torna o mais radical de todos do Eixo. Eles estão sempre com o apoio total à Faixa de Gaza, inauguram armas e as utilizam, não tem medo de nenhuma retaliação. E durante todo esse ano foi o país de longe onde o povo mais saiu às ruas em defesa de Gaza, com atos gigantescos todas as sextas-feiras. É uma verdadeira revolução.

A Revolução Palestina, portanto, fortaleceu a Revolução Iemenita. O país se tornou uma peça chave na política mundial. Os oprimidos do mundo inteiro passaram a conhecer e respeitar o Iêmen. A campanha contra os “hutis” está fracassando, o Ansar Alá aparece como heroi contra o genocídio. A revista The Atlantic inclusive chegou a afirmar que o líder do partido, Abdul Malic al-Huti, é o Che Guevara ou o Fidel Castro do Oriente Médio, tamanha sua popularidade entre a população. E o mais importante, não há nenhum indício que os iemenitas serão parados, o imperialismo está completamente desesperado.

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