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Tição, Programa de Preto

Identitarismo não é a luta por direito dos oprimidos

Como o identitarismo sabota a verdadeira luta dos povos oprimidos

Na última quinta-feira (5), foi ao ar a edição número 261 do Tição, Programa de Preto, no canal Lives da COTV. Na ocasião, entre outros temas, Tiago Pires e Caio Túlio discutiram como a política identitária falsamente se apresenta como uma luta pelos direitos dos oprimidos.

Os debatedores denunciaram que a política identitária frequentemente desloca o foco de questões materiais e estruturais, como o desemprego, a precarização da moradia e a violência estatal, para uma celebração ilusória de ganhos individuais de poucos em posições de poder. Isso ocorre mesmo quando esses indivíduos não atuam em benefício dos interesses dos grupos que dizem representar.

Como exemplo, Tiago Pires mencionou Kamala Harris e Barack Obama, que, embora negros e alçados a grandes posições de poder (vice-presidente e presidente dos Estados Unidos, respectivamente), não passavam de representantes das mesmas classes dominantes que oprimem os negros de maneira geral, sem promover mudanças significativas nessa realidade. Foi também denunciado o papel do imperialismo no ressurgimento de políticas tribalistas, que promovem divisões internas em movimentos populares e desviam a atenção de objetivos coletivos mais amplos. Nas palavras de Caio Túlio:

“Ele se opõe à esquerda classista e ao nacionalismo, e o identitarismo também se opõe a uma luta democrática ampla. Pode ver que não existe um amplo movimento identitário, porque o identitarismo é uma política que se tem. Hoje, até chamam isso de tribalismo. Retorno ao tribalismo. Quer dizer, você tem que promover identidades de grupos pequenos, muito específicos.”

Para os debatedores, essa estratégia não passa de uma tática do sistema neoliberal para se apresentar como defensor das minorias, enquanto sustenta sua lógica de exploração. Isso é feito incorporando lideranças que simbolizam um suposto avanço social, mas que, na prática, perpetuam as mesmas estruturas de opressão.

A esquerda, argumentaram, deve rejeitar essas práticas e focar em uma política de classe que aborde diretamente os problemas materiais das populações marginalizadas. “A verdadeira luta não é pela representatividade, mas pela transformação radical das estruturas que perpetuam a exploração e a opressão”, concluiu Pires.

Confira a discussão na íntegra no link: https://www.youtube.com/live/FboQebi0i0c?si=C5rjAwTInazuHmVt

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