O imperialismo está sempre tentando infiltrar a sua política na esquerda brasileira, algo que pode ser feito, por exemplo, por meio da língua. A Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, por meio do Escritório Regional de Ensino de Língua Inglesa (RELO) e em parceria com o Grupo +Unidos, realizará um curso gratuito de inglês para 300 “sortudos” que forem selecionados.
O curso, denominado Access E2C (English to Connect, Communicate, Catalyze), tem como objetivo declarado o “ensino do idioma inglês para a população afro-brasileira e indígena”. Os alunos, que devem de entre 18 e 40 anos, participarão de aulas virtuais e poderão se envolver em atividades extracurriculares, recebendo mentorias de “profissionais especializados”.
“Compreender diferentes culturas é fundamental para promover a unidade global”, declarou Scott Chiverton, diretor do Escritório Regional de Língua Inglesa no Brasil. “A linguagem atua como uma ferramenta poderosa que nos permite não apenas comunicar, mas também empatizar com as experiências dos outros. Por meio da abordagem imersiva do Access E2C para ensinar habilidades na língua inglesa em comunidades diversas, estamos quebrando barreiras e facilitando novas oportunidades de crescimento”.
Devemos concordar, a língua é, de fato, algo poderoso. Mais poderosa que ela, entretanto, é a capacidade do imperialismo de doutrinar a população brasileira por meio de programas como este. A pegadinha está no fato de que o público-alvo da empreitada é a “população afro-brasileira e indígena”. Ou seja, trata-se de um curso para, com o pretexto de ensinar inglês, doutrinar esse setor da sociedade brasileira com base no identitarismo, envolvendo cada vez mais os participantes com a política imperialista.
E isso é importante, para o imperialismo, pois serve tanto para desmobilizar a luta dessas pessoas por suas reivindicações reais, como, no caso do negro, o fim da polícia militar, e substituí-las por lutas abstratas; quanto para aumentar a esquerda defensora da política imperialista no Brasil.





