A Lei n.º 14.402 de 08/07/2022 instituiu o Dia dos Povos Indígenas do Brasil, uma luta árdua dos identitários para substituir o termo “índio” por “indígena”, coroada pela sanção do então presidente Jair Bolsonaro. O 19 de abril, Dia do Índio, estabelecido no Brasil desde 1943, passou, de uns tempos para cá, a perturbar os identitários que consideraram o termo índio pejorativo, um mal a ser combatido. “Índio”, supostamente, remontaria a colonização, sendo um nome que os colonizadores teriam atribuído aos povos primitivos que aqui viviam durante a chegada dos portugueses.
Os identitários travaram uma guerra verbal e com apoio da grande imprensa capitalista, conseguiram eliminar a palavra “índio”, o que rotineiramente é apresentado como uma vitória, mesmo não trazendo absolutamente nada de positivo aos índios brasileiros. Para eles, de fato, é uma vitória, ainda que só beneficie uma camada muito pequena e privilegiada dos índios, geralmente ligados às universidades, ONGs e mais recentemente, ministérios no governo federal, permitindo a essa pequena parcela subir na vida, enquanto a imensa maioria permanece esmagada e perseguida pelo latifúndio, ameaçados pela extrema miséria e a fome, sem acesso ao mínimo vital para a viva. Esta, sim, é a realidade que abarca a maioria dos índios brasileiros.
Para superar isso, é preciso abandonar o distracionismo (de modo algum inocente) do identitarismo e impulsionar a luta dos índios pelos seus interesses reais, que nenhuma relação tem com um termo, mas com a demarcação de terras e as condições para que os índios possam prosperar nela, além do atendimento às demais necessidades básicas como água encanada, rede de esgoto, educação, saúde, transporte e tudo o que modernamente, constitui em parâmetro para uma vida digna.