Uma das principais investidas dos capitalistas contra o futebol é o identitarismo. Ela aparece de várias formas. As acusações de machismo são usadas contra jogadores brasileiros, chegando a níveis extremos com condenações e prisões. A “luta contra o racismo” é usada para censurar as torcidas e controlar os clubes. Com a vitória da Libertadores mais uma vez aparece a “luta contra o machismo”. A colunista Milly Lacombe publicou o artigo “Foi bonita a festa, pá, mas teve misoginia sim senhor”.
Enquanto os botafoguenses fazem festa e, ao tradicionol estilo do futebol brasileiro, tiram sarro dos perdedores. Ela alega que “a misoginia é escancarada e passa longe de ser inofensiva – pelo contrário. O feminino é sempre menor, desprezível, mais fraco e debochável, é o que a paródia comunica. Galinha sugere outras coisas além do feminino de galo. Sugere comportamento sexual ativo, e isso é inaceitável numa sociedade misógina. Os maiores xingamentos que uma mulher pode receber têm sempre essa conotação: a do comportamento sexual farto e ativo”.
Segunda a tese identitáira o Galo, apelido do Atlético-MG, nunca poderá ser comparado a gainha, a piada mais natural a espontanea que pode acontecer. O identitarismo quer acabar com a alegria do futebol.
O pior é que a tese é totalmente ridicula. Imagine se todos os torcedores do Glorioso entoassem canticos educados contra o Galo. No que a vida das mulheres iria melhorar? Nada.
E ela ainda conclui que é difícil ser mulher e gostar de futebol “é bastante difícil ser mulher e gostar de um esporte que nos detesta. É bastante perturbador ter que interromper um momento de alegria, de delírio e de êxtase para fazer o papel de chata e pedir: não façam isso com a gente”.
É fato que um ambiente majoritariamente masculino apresenta dificuldade para as mulheres, mas não é sendo um identitário insuportável que isso será resolvido. A luta real das mulheres, inclusive se organizando no futebol, passa longe da ditadura identitária contra os cantos alegres do povo brasileiro.