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Economia

IBGE: mais de 16 milhões de brasileiros vivem em favelas

Em 12 anos, o Brasil registrou um aumento de 43,46%, ou quase cinco milhões de pessoas morando em favelas

Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado na última sexta-feira (7),  8,1% da população brasileira vive em favelas. O estudo, intitulado Censo Demográfico 2022 Favelas e Comunidades Urbanas, 16.390.815 brasileiros vivem nessas condições.

Ainda de acordo com o IBGE, estes mais de 16 milhões de brasileiros estão distribuídos em 12.348 favelas em 656 município. São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco sozinhos concentram 46,1% das favelas no País. Entretanto, é o Amazonas o estado com a maior quantidade relativa de pessoas morando em favelas. No total, 34,7% dos amazonenses moram nesses locais, ou cerca de 1,3 milhão de pessoas.

A região Sudeste é a que tem a maior concentração percentual de favelas, com 48,7%. Depois, está o Nordeste (26,8%), o Norte (11,6%), o Sul (10,4%) e, finalmente, o Centro-Oeste (2,5%). O levantamento ainda destaca que, das 16 milhões de pessoas, 51,7% são mulheres e 48,3% são homens, distribuídos em 6.556.998 domicílios dentre comunidades, quebradas, grotas, baixadas, alagados, vilas, ressalvas, palafitas, loteamentos informais e vilas de malocas.

Em relação às maiores favelas do Brasil, o IBGE afirma que a Rocinha, no Rio de Janeiro, ocupa o primeiro lugar, com 72.021 moradores. Em segundo, está a favela Sol Nascente, no Distrito Federal, com 70.908 habitantes; em terceiro, Paraisópolis, em São Paulo, com 58.527 pessoas. Confira a lista, abaixo, das 10 maiores do País:

  1. Rocinha – Rio de Janeiro (RJ) – 71.021;
  2. Sol Nascente – Brasília (DF) – 70.908;
  3. Paraisópolis – São Paulo (SP) – 58.527;
  4. Cidade de Deus – Manaus (AM) – 55.821;
  5. Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ) – 55.653;
  6. Heliópolis – São Paulo (SP) – 55.583;
  7. Comunidade São Lucas – Manaus (AM) – 53.674;
  8. Coroadinho – São Luís (MA) – 51.050;
  9. Baixada da Est. N. Jurunas – Belém (PA) – 43.105;
  10. Beiru – Salvador (BA) – 38.871.

O dado que mais se destaca no levantamento, entretanto, é sua comparação com os dados registrados em 2010. Naquele ano, segundo o IBGE, existiam 12.348 favelas com 11.425.644 moradores, ou 6% da população total do País na época. Em outras palavras, em 12 anos, o Brasil registrou um aumento de 43,46%, ou quase cinco milhões de pessoas morando em favelas.

O IBGE alega que essa comparação tem limitações devido às diferenças de como cada levantamento foi produzido:

“As melhorias do Censo 2022 nas Favelas e Comunidades Urbanas resultaram no mapeamento de áreas não identificadas pelo IBGE no Censo 2010, no ajuste de limites de áreas anteriormente mapeadas e no aperfeiçoamento dos mecanismos de acompanhamento da coleta no decorrer da operação. Os resultados de 2022 são os melhores resultados obtidos frente a melhorias tecnológicas e metodológicas na identificação dos recortes territoriais de ‘Favelas e Comunidades Urbanas’”, afirmou Letícia Gianella, mestre em geografia e pesquisadora do IBGE.

Entretanto, é difícil conceber uma mudança técnica tão radical que resulte num aumento de quase 50% em relação ao número original de habitantes de favelas no Brasil. No mínimo, a comparação entre os dados levantados pelo IBGE em 2010 e aqueles levantados em 2022 indicam uma tendência de crescimento muito acelerado.

No fim, os dados servem para mostrar que boa parte da população brasileira continua vivendo em condições terríveis. A devastação econômica causada ao longo do golpe de Estado de 2016, principalmente pelo governo Michel Temer, continua afetando – e muito – a vida dos trabalhadores, que não veem sua situação melhorar de maneira significativa.

Apesar da melhora de alguns índices econômicos conforme propagandeado pelo governo brasileiro, fato é que o que foi feito até agora está longe do suficiente para acabar com o sofrimento do povo brasileiro. Mais uma vez, é preciso relembrar o que disse a economista Maria da Conceição Tavares: “ninguém come PIB, come alimentos”.

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