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HISTÓRIA DA PALESTINA

Iahia Sinuar, de refugiado a líder da Revolução Palestina

O home que organizou o Dilúvio de al-Aqsa e que se tornou o líder do Hamas começou sua vida, como a maioria dos palestinos, num campo de refugiados

O novo líder do birô político do Hamas, Iahia Ibrahim Hassan Sinuar, conhecido como “Abu Ibrahim”, nasceu em 19 de outubro de 1962, no campo de refugiados de Khan Yunis. Sua família foi deslocada da cidade de Majdal Ascalão pelos sionistas em 1948, no processo de limpeza étnica que levou à fundação de “Israel” e se tornou refugiada na Faixa de Gaza.

Iahia estudou nas escolas de Khan Yunis e completou o ensino secundário na Escola Secundária para Meninos. Posteriormente, ingressou na Universidade Islâmica de Gaza, onde obteve um bacharelado em Língua Árabe. Durante sua vida estudantil, militou no Conselho Estudantil da Universidade Islâmica por cinco anos, servindo como Secretário do Comitê Artístico, do Comitê Esportivo, vice-presidente, presidente do Conselho e, novamente, Vice-Presidente de 1982 a 1987. Destacou-se nos debates estudantis entre diferentes blocos e foi um dos teóricos mais notáveis do Bloco Islâmico, que ele liderou. Fundou o grupo Al-A’idoun de Arte Islâmica com a bênção do Xeique Imam Ahmed Iassin, o fundador do Hamas.

Como militante, participou da fundação do primeiro aparato de segurança do movimento (Segurança da Chamada) sob a liderança do xeique Ahmed Iassin em 1983. Em 1986, foi incumbido por Iassin, junto com outros, de formar a Organização Jiade e Daua (Majd), onde se tornou um de seus líderes mais importantes. Liderou muitas operações populares contra a ocupação sionista de 1982 a 1988.

Iahia foi preso em 1982 e passou seis meses na prisão de Fara’a devido às suas atividades de resistência. Em 1988, foi preso novamente e sentenciado a quatro penas de prisão perpétua, servindo 23 anos consecutivos nas prisões, quase quatro dos quais em confinamento solitário.

Nas prisões, assumiu várias vezes a liderança do Comando Superior dos prisioneiros do Hamas. Ele e seus companheiros lideraram uma série de greves de fome em 1992, 1996, 2000 e 2004. Se tornou fluente em hebraico e escreveu diversos textos e até livros bem como traduções relacionados à política e segurança.

Traduziu os livros Shabak: entre os restos e Partidos Israelenses em 1992, e é autor dos livros Hamas: experiências e erros e Al-Majd, que documenta o trabalho do Shin Bet. Escreveu diversos textos de segurança que lançaram as bases para a experiência de segurança do Hamas e também uma novela literária intitulada Espinhos e Cravos, que narra a experiência de luta palestina de 1967 até a Primeira Intifada.

Foi liberto em 2011 como parte do acordo “Uafa al-Ahrar” entre o Hamas e “Israel”. Ele teve um impacto significativo nos termos e condições do acordo, levando os sionistas a isolá-lo antes da conclusão do acordo. Foi eleito membro do birô político do Hamas em Gaza e assumiu a responsabilidade pela pasta de segurança em 2012. Em 2013, foi eleito membro do birô político geral e assumiu a responsabilidade pela pasta militar.

Após sua libertação das prisões israelenses no acordo de troca de prisioneiros em 2011, casou-se em 2012. Ele tem três filhos, dois meninos e uma menina, chamados Ibrahim, Abdula e Reda.

Em setembro de 2015, os Estados Unidos o incluíram na lista negra de “terroristas internacionais”. No mesmo ano, o Hamas lhe atribuiu a responsabilidade pela pasta dos prisioneiros sionistas detidos pelas Brigadas al-Qassam. Foi eleito chefe do birô político do Hamas em Gaza em fevereiro de 2017 e reeleito para um segundo mandato em 2021.

Durante seu período como dirigente do Hamas em Gaza, liderou as principais lutas contra “Israel”. A Grande Marcha para o Retorno em 2018, a Batalha da Espada de Jerusalém em 2021 e a mais importante de todas, o Dilúvio de al-Aqsa em 2023.

Sua casa foi bombardeada e destruída em 1989, novamente durante a agressão de 2014, uma terceira vez durante a agressão de 2021 e uma quarta vez durante a atual guerra genocida em Gaza em dezembro de 2023. Em 6 de agosto de 2024, foi eleito chefe do birô político do Hamas, sucedendo o mártir da nação, Ismail Hanié, que foi assassinado na capital iraniana, Teerã.

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