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Palestina

Holocausto: um bode expiatório para o sionismo

Por ocasião do dia internacional em memória do holocausto, o presidente do Congresso Judaico Latinoamericano ataca o Hamas, lembrando o nazismo. Mas é um tiro que sai pela culatra

No último sábado, 27 de janeiro, a Folha de S.Paulo publicou uma coluna de Jack Terpin, presidente do Congresso Judaico Latinoamericano, de título “O novo antissemitismo”. O muito latino-americano Jack Terpin se dedica, no artigo, a comparar os árabes, que se defendem da supremacia sionista, com os nazistas. Vejamos como o latino Jack defende esse ponto.

“Desde o final da Segunda Guerra Mundial, nada se compara ao antissemitismo de agora. Após o cruel e sádico ataque a cidades e kibutzim (colônias agrícolas) perpetrado por militantes do Hamas e, muito provavelmente, outros grupos da Faixa de Gaza, o antissemitismo aumentou em cerca de 1.000%.”

Segundo o naturalmente tropical Jack Terpin, o antissemitismo está em alta, multiplicado por dez! O ataque militar do Hamas, às forças armadas israelenses, é em toda a imprensa burguesa caracterizado como tendo por foco a população civil. No entanto, os prédios demolidos e os cadáveres de cidadãos carbonizados em “Israel” foram vitimados pelas próprias forças sionistas, com projéteis explosivos de tanques e helicópteros, e crivados pelas metralhadoras dos mesmos veículos, como já atesta a própria imprensa israelense. O equatorial Jack Terpin ainda afirma que o Hamas teria atacado trabalhadores imigrantes tailandeses e de outras nacionalidades, em outra flagrante mentira.

“Para a invasão que ocorreu em outubro passado pelos terroristas do Hamas, respaldada, segundo eles, como uma guerra santa, cabe aqui uma frase do escritor Stefan Zweig: ‘Aqueles que anunciam que lutam a favor de Deus são sempre os homens menos pacíficos da Terra. Como creem receber mensagens celestiais, têm os ouvidos surdos a qualquer palavra de humanidade’. O mesmo pode se dizer dos nazistas.”

A argumentação é repleta de citações vazias de frases feitas, mas nenhum fato é levantado pelo sionista. Em quesitos de humanidade, ou mesmo humanismo, o que fica claro é que as tropas sionistas atuam como uma ocupação militar de tipo nazista, sendo Gaza um campo de concentração, a maior prisão a céu aberto do mundo.

Assim, o Hamas está lutando pela libertação de uma população martirizada, algo mais comparável ao conto de Moisés, por exemplo. O Hamas, na realidade, surgiu após e durante o martírio do povo palestino, como forma de pôr fim aos suplícios daquela população que vinha sofrendo uma limpeza étnica, sendo expulsa de seu território, e privada de elementos básicos para a subsistência. São esses homens que põem a própria vida na linha para libertar seu povo. Embora pacíficos, foram jogados na guerra pelo sionismo.

Já em relação ao sionismo, as práticas são idênticas ao nazismo. Mais que isso, o Estado de “Israel” é legal, aberta e formalmente supremacista, mas isto o caloroso Jack Terpin não aborda. Ao invés de falar da atualidade, continua numa ladainha sobre o nazismo e o holocausto, porque hoje não há argumentos para defender “Israel”. E Terpin torna nosso ponto ainda mais forte:

“Os nazistas acreditavam na supremacia da ‘raça’ ariana e, para isso, criaram máquinas de tortura e morte para os que não coadunavam com essa ‘verdade’. Eles o faziam simplesmente por isso e não para conquistarem terras.”

Em primeiro lugar, não é fato que os nazistas foram à guerra por motivo racial. O fizeram pela conquista imperialista alemã de territórios na Europa e pelo mundo. Mas sem entrar nessa polêmica, seguindo o raciocínio do quase caribenho Jack Terpin, a diferença de “Israel” para a Alemanha nazista seria supostamente apenas o motivo para a limpeza étnica. Ainda assim, seria uma mentira. Ambos se relacionam integralmente. A última comparação do semiamazônico Jack Terpin, apesar de sua desonestidade e ligações profundas com continentes que não a América Latina, é bem precisa e acertada:

“O dia 7 de outubro tornou-se um divisor de águas na história de Israel, assim como o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, este 27 de janeiro, quando os aliados entraram em Auschwitz.”

De fato, o 7 de outubro, a operação Dilúvio de Al-Aqsa, é uma marco na história de “Israel”, um marco da decadência e proximidade do fim da entidade sionista, base militar do imperialismo no Oriente Médio. E pode ser corretamente relacionado com a libertação de Auschwitz, porque foi o marco na libertação do campo de concentração da Faixa de Gaza, cuja população não demonstra sinais de aceitar qualquer outro resultado para o conflito que não a sua libertação total.

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