São Paulo receberá o seu primeiro ato público em apoio ao povo palestino desde as declarações do presidente Lula na Etiópia. A manifestação tem tudo para ser a maior e mais combativa dos primeiros dois meses de 2024.
O ato está previsto para acontecer na Avenida Paulista, a partir das 14h, neste sábado, dia 24 de fevereiro. Pela primeira vez desde a Operação Dilúvio de al-Aqsa, deflagrada em 7 de outubro de 2023, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu convocar publicamente uma manifestação em apoio ao povo palestino.
E não é para menos. Desde o dia 18 de fevereiro, a situação política “esquentou” bastante. Ao comentar o morticínio na Faixa de Gaza, o presidente Lula comparou as ações de “Israel” àquelas praticadas pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Em um primeiro momento, a declaração serviu para empolgar aqueles que já estão na luta contra o genocídio do povo palestino, uma vez que, embora não seja uma novidade a comparação entre “Israel” e o nazismo, Lula é uma liderança internacional importante. Sua declaração foi, portanto, uma declaração de que estava ao lado dos palestinos.
Mas a importância da declaração não se resumiu a isso. Imediatamente após as declarações do presidente brasileiro, a direita partiu para uma ofensiva contra Lula e contra o Brasil. O petista foi declarado persona non grata pelo governo de “Israel”, que convocou seu embaixador no Brasil de volta para Telavive e ainda constrangeu publicamente o embaixador brasileiro na entidade sionista. Por outra frente, a imprensa capitalista voltou seus canhões contra Lula, acusando-o até mesmo de “antissemitismo”. À extrema direita bolsonarista, por fim, coube recolher assinaturas para um eventual pedido de impeachment do presidente da República.
A fala de Lula, portanto, contribuiu para revelar o verdadeiro conteúdo da guerra no Oriente Médio. É a luta dos países imperialistas, dos países ricos, que controlam a economia mundial e são capazes das piores atrocidades para garantir a sua ditadura, contra os povos oprimidos. Quem financia e sustenta o genocídio em Gaza são exatamente os mesmos que organizaram o golpe de Estado de 2016 no Brasil e que hoje pressionam o governo para que não governe para o povo.
A crise instaurada após as declarações de Lula teve o mérito, portanto, de aumentar a polarização. É essa a sua importância. Não há mais como esconder que o genocídio em Gaza tem tudo a ver com o povo brasileiro, pois que é realizado justamente por seus maiores inimigos. E também não há como negar que a coalizão de bolsonaristas, sionistas e a direita “civilizada”, que se mostrou capaz de tudo para defender o assassinato das crianças palestinas, não irá parar seus ataques ao povo brasileiro, a não ser que seja forçada a fazê-lo.
É por isso que o ato de 24 de fevereiro adquire, assim, uma grande importância. Não há alternativa à mobilização popular contra o sionismo e a direita.
Todos às ruas hoje, às 14h, na Avenida Paulista, pelo fim do genocídio contra o povo palestino!