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Eleições municipais

Caso X: novamente, a esquerda a reboque do Partido Democrata

Setores da esquerda são completamente incapazes de entender que Moraes não defende os trabalhadores, defende o regime dos Estados Unidos da América 

A esquerda pequeno-burguesa se tornou um apêndice do Partido Democrata dos Estados Unidos. Nada deixa isso mais claro do que o apoio incondicional ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), literalmente um produto do golpe de Estado dado pelos EUA no Brasil em 2016. Um membro histórico do PSDB que foi indicado por Temer ao STF.

Com o bloqueio do X, essa esquerda faz de tudo para defender os planos dos norte-americanos mais uma vez. É o caso de Eduardo Guimarães, do Brasil 247, que publicou o artigo Moraes higienizou eleição de 2024.

Ele começa explicando como o bloqueio do X por Alexandre de Moraes diminui o alcance da rede: “monitoramento de milhares de grupos públicos de WhatsApp revelam os efeitos da remoção do X no Brasil, tendo como destaque uma queda de cerca de 70% no número de compartilhamentos de matérias da rede de Elon Musk”. O que está omisso aqui é justamente todo o problema da política da esquerda pequeno-burguesa para o X. Para ele, a “rede de Elon Musk” é pior que a rede de Zuckerberg (Whatsapp, Meta e Instagram). É uma tese absurda.

Ele continua: “com isso, os acessos às redes Threads e Bluesky dispararam 600% e 1.600%, respectivamente. E com as menções absolutas à rede X e suas VPNs crescendo 300% nos mesmos dias, foi possível detectar que se tratava de uma fraude, pois os envios denutam uso de artifícios robóticos”. A Threads é de Mark Zuckerberg e a Bluesky de Jack Dorsey, antigo dono do Twitter que faz parte do mesmo grupo de Zuckerberg. Ou seja, essa esquerda não comemora a vitória dos trabalhadores, até porque não houve, comemora a vitória de um grupo da burguesia imperialista em detrimento de outro.

Mas não seria Elon Musk pior que Zuckerberg? Não. O Google e a Meta, empresa de Zuckerberg, são o que há de pior nos monopólios imperialistas do planeta. Já foi comprovado que essas redes são totalmente controladas pelo Estado norte-americano, leia-se, controladas pela CIA. Pior do que isso impossível. O X é de um bilionário, o que é ruim, mas a Meta e o Google são do Estado que é a ferramenta dos piores bilionários do planeta. Musk nesse sentido é um dissidente, ou seja, um inimigo menos poderoso.

A esquerda é incapaz de compreender isso porque acha que a extrema direita, que é a representação política dessa ala dissidente, seria a pior coisa do mundo, quando na verdade o inimigo mais perigoso ainda é a direita tradicional, Je Biden, Kamala Harris, o Google e o Meta. E isso se reverte no Brasil com essa esquerda considerando que o bolsonarismo é o maior problema do país e, pior de tudo, que a direita tradicional pode até ser uma aliada. Foi com esse tipo de aliança que Dilma Rousseff foi derrubada em 2016.

O artigo então comenta sobre o bolsonarismo: “em primeiro lugar, lembremo-nos de que de todas as caudalosas redes de Jair Bolsonaro, o uso desmesuraddo de inteligência artificial (robôs) para bombar artificialmente os números de engajamento só não era usado em uma grande rede, a de Elon Musk, aliado incondicional do ex-presidente”. Até aqui é um elogio ao X, a rede poderia ter mais atuação política sem o uso dos chamados robôs.

Para justificar que isso é um problema ele altera a realidade: “o X deprimiu drasticamente o engajamento da esquerda ou de qualquer outro agente político não-alinhado ao bolsonarismo e intensificou o engajamento da extrema-direta manipulando seus algorítmos (ordens programadas para alterar repercussão de postagens nas redes sociais)”. Dado que a rede social é uma empresa privada, não existe nenhuma evidência para comprovar isso.

Mais uma vez, o que se sabe é que as demais grandes redes sociais são totalmente controladas pelo Estado norte-americano. O Twitter, quando foi comprado por Elon Musk, passou por um expurgo de milhares de pessoas, muitas delas trabalhavam no próprio FBI. O que se tem de informação portanto é que Musk diminuiu a censura na rede. E ninguém pode acreditar que o FBI estava apenas controlando o alcance da extrema-direita.

Isso fica claro pois o Meta e o Google são as redes que mais atacam a defesa da Palestina. A Meta chegou ao nível de quase banir o uso da palavra “sionismo”. Eles foram tão longe que até os sionistas tiveram de reclamar, pois afetaria a sua própria propaganda. O Facebook chegou a censurar a conta de presidentes, como o da Malásia, porque comentaram sobre o Hamas. Ou seja, no principal problema do mundo hoje, o genocídio na Palestina, o X era mais democrático que as demais redes.

O caso da Palestina parece ser a realidade de forma geral. O grande problema então não é o X em si, é a esquerda que não tem uma política popular. O recente caso da Alemanha deixa isso claro. O partido da extrema direita cresceu e foi conquistou a maior bancada na Turíngia. A esquerda ligada ao centro político quase desapareceu. E uma nova esquerda combativa também cresceu muito. No Twitter, as contas que combatem o imperialismo também são muito grandes, mas para os esquerdistas pequeno burgueses brasileiros isso é irrelevante.

Na prática, é uma esquerda tão atrelada ao imperialismo que não consegue nem perceber que o X, das grandes redes sociais, é a que mais permite um combate ao imperialismo. Mesmo que Elon Musk seja contra e provavelmente diminua o alcance das publicações, ela ainda é melhor que as demais.

Então ele conclui: “a rede do bilionário extremista, portanto, era a principal rede de propaganda político-ideológica do bolsonarismo e o super-hiper-mega-blaster megafone do seu controlador, Elon Musk. Dessa forma, após Moraes ‘limar’ essa rede do nosso cenário político, também extirpou uma vantagem injusta e incrivelmente expressiva do ex-presidente e de seus candidatos nas eleição deste ano”.

Primeiro, ele ignora que o bolsonarismo tem uma rede de igrejas evangélicas, centenas de deputados, milhares de vereadores, empresários, redes de televisão, contas nas outras redes sociais. A ideia de censurar o X assim se torna ridícula. É claro que afeta o bolsonarismo, mas ao mesmo tempo dá força ao movimento pois ele aparece como sendo uma força perseguida pelo Judiciário. Isso é algo totalmente popular.

Segundo, as demais redes não são defensoras de esquerda. O que está sendo privilegiado com o bloqueio do X é a direita tradicional. O Google e a Meta não são petistas ou comunistas, eles querem os representantes do Partido Democrata governando o Brasil. Ou seja, são piores que o X, eles querem um governo Temer, que foi ainda pior que o governo Bolsonaro.

Para fechar o texto o autor revela como sua política é antidemocrática: “pode-se dizer, portanto, que, com o apoio do STF em peso, do governo federal, da Procuradoria Geral da República e de nove entre dez juristas, Alexandre de Moraes promoveu uma forte higienização do processo eleitoral de 2024. Simples assim”.

O bloqueio do X de fato higienizou a eleição. Cortou não só os bolsonaristas como também a esquerda. O que aconteceu em meio ao processo eleitoral foi que um dos principais locais em que a esquerda pode atuar foi bloqueado. A Rede Globo, a Folha, o Estadão, Joe Biden e Kamala Harris agradecem.

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