O PCO realizou atividades de carnaval em diversas cidades do Brasil, e o Nordeste não poderia ficar de fora. Um bloco que se destacou foi na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, a grande estreia do “Hesbolá pra Rebolar” que aconteceu no sábado (10), no Ponto dos Cem Réis. Ele fez parte de um outro bloco tradicional da capital, o Raparigas de Chico, que existe há décadas e já tem um público tradicionalmente da esquerda.
O bloco “Hesbolá pra Rebolar” foi criado pelo Comitê de Luta Estudantil UFPB de solidariedade à Palestina como forma também de ampliar a luta em defesa da Palestina no Brasil. A luta em defesa da Palestina, na verdade, foi parte essencial do carnaval do PCO em todo o Brasil. No Baile a Fantasia em São Paulo e no bloco no extremo-sul da cidade em Parelheiros, a Palestina foi um ponto-chave da folia. O estudante Valtemberg Alves, que milita no Comitê da UFPB de solidariedade à Palestina, afirmou que era necessário tomar ação “diante do genocídio que os palestinos vêm sofrendo do Estado sionista de ‘Israel’”.
Ele também afirmou que “o nome foi pensado para denunciar de forma bem humorada a operação do Mossad no Brasil e em homenagem às forças de resistência armadas da região que sofrem a mais de 70 anos com a ocupação sionista”.
Valtemberg se refere à operação da Polícia Federal contra dois supostos membros do Hesbolá que, depois, foi desmascarada como farsa. Na ocasião, o serviço de inteligência de “Israel”, o Mossad, afirmou oficialmente que participou da operação. No fim, o tiro saiu pela culatra, apenas serviu para mostrar a todos que a PF está infiltrada pelo sionismo.
Durante o bloco, foram distribuídos centenas de cartazes dos Comitês de Luta, tanto aqueles em defesa da Palestina quanto os que reivindicam o fim do Estado de “Israel”. Além disso, os foliões do bloco puxaram palavras de ordem pela Palestina livre. O carnaval, com expressão popular, tende sempre a agregar a luta dos oprimidos. O caso do Hesbolá pra Rebolar também é uma demonstração do sucesso que é aproveitar o Carnaval para fazer política.
Todas as organizações operárias e de esquerda tem uma grande oportunidade todos os anos de usar a maior festa popular do mundo para, de forma bem humorada, levar adiante a sua política. E, além disso, é claro, defender o carnaval contra os ataques da direita.