Durante essa segunda-feira (25), circulou o boato de que o Estado terrorista de “Israel” e a mais importante organização política do Líbano, o Partido de Deus (Hesbolá), teriam chegado a um acordo de cessar-fogo. Até o fechamento desta edição, a informação não foi confirmada. À primeira vista, a informação parece pouco verossímil, por dois motivos:
O primeiro deles é que o Hesbolá havia se comprometido em manter a guerra contra “Israel” até o momento em que o genocídio na Faixa de Gaza cessasse. Um acordo que vise apenas o fim das agressões no Líbano, portanto, não estaria sob cogitação.
Apesar disso, uma liderança do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) afirmou que um eventual acordo seria bem visto. Osama Hamdan, líder sênior do grupo palestino, afirmou que “apesar de todos os sacrifícios, a Resistência Islâmica no Líbano continua fazendo a ocupação pagar o preço e a forçar sua liderança a se abrigar em esconderijos”. Ainda segundo Hamdan, “essa resistência no Líbano merece apoio, apesar das tentativas de alguns de semear divisão e discórdia com base em fundamentos sectários”.
Após deixar claro que Hamas e Hesbolá confiam um no outro, Hamdan declarou que “qualquer anúncio de cessar-fogo no Líbano nos deixa felizes porque o Hesbolá ficou ao lado do nosso povo e fez grandes sacrifícios” e que, “se um cessar-fogo no Líbano for alcançado, será uma vitória da resistência libanesa, contribuída pelo ataque de ontem contra a entidade”.
O segundo motivo que torna o acordo pouco provável é o fato de que o Hesbolá está impondo importantes derrotas a “Israel”. Um acordo, portanto, seria muito desmoralizante para o governo de Benjamin Netaniahu, que vê a expansão da guerra como única saída para a sua crise interna.
“O Líbano virou um atoleiro, e isso já foi previsto”, comentou o Comandante Robinson Farinazzo, do canal Arte da Guerra, durante a última edição do programa Análise Internacional, do canal no Youtube do Diário Causa Operária. “O Líbano virou um atoleiro ainda maior que Gaza. ‘Israel’ não consegue avançar e o Hesbolá está desgastando suas forças”.
No mesmo programa, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, destacou que há várias notícias que alegam que a situação de “Israel” é muito delicada. Na emissora iraniana Press TV, por exemplo, a notícia mais recente diz que “Israel” se encontra em um beco sem saída”. Há ainda o relato de que mais de 4 milhões de pessoas em “Israel” fugiram de suas casas devido ao Hesbolá. Por fim, o jornal liberal israelense Haaretz tem sido perseguido por relatar que a situação está muito grave dentro das Forças Armadas israelenses.
Segundo o Haaretz, pelo menos 240 foguetes, mísseis e drones foram disparados pelo Hesbolá contra “Israel” no último domingo (24). Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas no norte e no centro de “Israel,” incluindo a área metropolitana de Telavive. Este foi o maior ataque de foguetes e mísseis do Hesbolá desde o início da guerra no ano passado.
“O norte permanece completamente paralisado, enquanto o caos diário começa a atingir também o centro”, disse Amos Harel, analista de assuntos militares do Haaretz.
“Essa foi a vingança do Hesbolá pelo bombardeio de Beirute no dia anterior, aproveitando as condições climáticas de inverno que dificultam as atividades da força aérea, além de seu desejo de restabelecer a equação de responder ao bombardeio de Beirute com lançamentos de foguetes contra o centro de ‘Israel’,” completou.
O líder do Hesbolá, Naim Qassem, afirmou em um discurso na semana passada que ataques israelenses contra o centro de Beirute seriam respondidos com ataques de resistência ao coração de Telavive.
“Não podemos deixar a capital sob os golpes do inimigo israelense sem que ele pague o preço, e o preço é o centro de Tel Aviv. Espero que o inimigo entenda que as coisas não são deixadas ao acaso”.