Desde o dia 7 de outubro do ano passado, quando o Hamas e a Resistência Palestina empreenderam uma espetacular ação militar contra o território israelense, atacando bases e instalações militares, o Estado sionista entrou em ação, intensificando o que já vem fazendo há várias décadas, qual seja, aprofundando a repressão, o terror e os massacres contra a indefesa população palestina. Essa enorme brutalidade e violência desmedida contra mulheres, crianças e idosos ocorre em toda a extensão dos territórios ocupados, mas em particular na Faixa de Gaza, localidade que é uma das mais densas áreas populacionais do mundo, onde ali vivem mais de 2,5 milhões de palestinos em condições degradantes e subumanas.
Estima-se, nesse momento, que as ações militares israelenses já tenham matado cerca de 100 mil palestinos, considerando os mortos identificados e aqueles que ainda se encontram sob os escombros de prédios que foram e continuam sendo bombardeados pelo exército criminoso sionista. Nessa carnificina perpetrada pelos sionistas, o número maior de vítimas recai sobre as crianças e mulheres, alvo preferencial das balas, bombas e outros equipamentos de destruição em massa, todos fornecidos pelos países imperialistas com o propósito de dizimar a população e tentar fazer recuar a Resistência Palestina.
Em meio a esses mais de 9 meses de operações militares criminosas por parte do exército israelense, o Hamas e a Resistência Palestina vêm conduzindo negociações para um cessar-fogo que suspenda – parcial ou definitivamente – os bombardeios contra a população a civil nas diversas cidades onde os sionistas realizam massacres. Há, por parte da direção do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), a disposição em conduzir negociações frutíferas, obviamente que sob determinadas condições, que garanta o fim dos bombardeios e preserve os interesses do povo palestino.
Já foram realizadas dezenas de rodadas de negociações envolvendo as duas partes (Hamas e “Israel”), conversações essas realizadas por mediadores, que ocorrem no Cairo, capital do Egito. Todavia, no contexto da escalada de ataques, bombardeios e crimes executados pelo exército israelense, a Resistência informou no domingo, dia 14 de julho, que “as negociações de cessar-fogo podem entrar em colapso a qualquer momento, a qualquer segundo”.
O fato é que enquanto por parte do Hamas e da Resistência há toda uma disposição em conduzir negociações positivas que possam evoluir para um acordo de cessar-fogo duradouro, encerrando o ciclo de horrores que Gaza vivencia, o mesmo não se pode dizer de “Israel”. Isso fica claramente patenteado numa declaração do Mossad, onde, em comunicado, disseram: “os mediadores Egito e Catar transmitiram a resposta atualizada do Hamas ao acordo de cessar-fogo proposto para a equipe de negociação israelense, acrescentando que ‘Israel” está atualmente examinando a resposta e fornecerá sua resposta aos mediadores em breve”.
Como se vê claramente no comunicado do Mossad, trata-se de mais uma manobra protelatória de “Israel” para ganhar tempo e continuar com os massacres, como o que ocorreu recentemente em Khan Yunis, onde um ataque da aviação militar sionista deixou algo em torno de 100 palestinos mortos.
É mais do que óbvio que “Israel” não tem qualquer interesse em um cessar-fogo, mas tão somente manter as negociações em “banho-maria”. A tática israelense é manter paralisadas ou em estado lento para, em algum momento, interromper em definitivo as negociações.
Izzat al-Rashaq, membro do Birô político do Hamas, foi enfático ao dizer: “esta escalada nazista contra nosso povo por Netaniahu e seu governo nazista visa frustrar qualquer acordo para parar a agressão contra nosso povo, que se tornou clara para todos nós”.