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Palestina

Hamas pode estar se aproximando de mais uma vitória

Levando em conta que “Israel” não conseguiu derrotar militarmente o Hamas, é questão de tempo até que os sionistas sejam obrigados a aceitar uma nova trégua

Após quase 150 dias desde a deflagração da vitoriosa Operação Dilúvio de al-Aqsa, e após mais de três meses desde a última trégua, um triunfo da resistência palestina perante o sionismo, o Hamas segue se aproximando de mais uma vitória contra “Israel”.

A cada dia que passa, um novo cessar-fogo parece cada vez mais próximo de ocorrer. Contudo, não será sem obstáculos, afinal, do outro lado, está o imperialismo e o sionismo.

Nessa segunda-feira (26), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou a jornalistas da imprensa norte-americana que um cessar-fogo estava próximo de ser firmado:

“Meu conselheiro de segurança nacional me disse que estamos perto. Estamos perto. Ainda não terminamos. Minha esperança é que na próxima segunda-feira (4/3) tenhamos um cessar-fogo.”

Por outro lado, dois dirigentes do Hamas falaram à agência de notícias Reuters, do imperialismo britânico, que a fala de Joe Biden é prematura. Apesar de as negociações seguirem ocorrendo, os dirigentes do Hamas afirmaram que há “grandes lacunas a serem preenchidas”, pois “as questões primárias e principais do cessar-fogo e da retirada das forças israelenses não estão claramente definidas, o que atrasa a obtenção de um acordo”.

No mesmo sentido foi a declaração de Ahmad Abdul Hadi, igualmente dirigente do Hamas, que, à emissora libanesa Al Mayadeen, deixou claro que “o Hamas não abrirá mão de nenhuma das suas exigências”, especialmente “em relação a um cessar-fogo e à obtenção de um acordo sério e honroso”, conforme já noticiado por este Diário:

Hamas nega que acordo de cessar-fogo foi aprovado

A declaração de Ahmad Abdul Hadi deu-se após a Reuters ter divulgado os supostos termos do cessar-fogo, que seriam:

  • Cessar-fogo com a duração de 40 dias;
  • Troca de prisioneiros em uma proporção de 10 para um, devendo “Israel” libertar 400 prisioneiros palestinos, em troca de 40 israelenses;
  • Interrupção completa de ações militares, por ambas as partes;
  • Interrupção, durante oito horas diárias, das operações de reconhecimento aéreo sobre Gaza;
  • Retorno gradual de todos os civis deslocados – exceto homens em idade de serviço militar – ao norte da Faixa de Gaza;
  • Depois de iniciar a primeira fase, “Israel” reposicionaria as suas forças longe das áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza;
  • Compromisso de trazer 500 caminhões por dia de ajuda humanitária;
  • Compromisso de fornecimento de 200 mil tendas e 60 mil caravanas;
  • Permitir a reabilitação de hospitais e padarias em Gaza, incluindo permitir imediatamente a entrada de equipamentos necessários e fornecer carregamentos de combustível para esses fins, de acordo com quantidades a acordar;
  • “Israel” concorda com a entrada de máquinas e equipamentos pesados ​​para remoção de escombros e assistência com outros fins humanitários, com o fornecimento de remessas de combustível necessárias para esses fins, de acordo com quantidades a serem acordadas, desde que aumentem ao longo do tempo. O Hamas compromete-se a não utilizar estas máquinas e equipamentos para ameaçar “Israel”;
  • Entende-se que as disposições acordadas na primeira fase não se aplicarão à segunda fase, que estará sujeita a subsequentes negociações separadas.

Observando os supostos termos, ficam claras as razões pelas quais o Hamas negou que o acordo já tivesse sido firmado. Afinal, conforme noticiado pela emissora catarense Al Jazeera, enquanto que o Hamas busca um cessar-fogo permanente, com a completa retirada das tropas sionistas de Gaza, Benjamin Netaniahu, primeiro-ministro de “Israel”, declarou que a campanha militar sionista só irá terminar após uma “vitória total” sobre o Hamas.

Sobre isto, Ahmad Abdul Hadi, o já citado dirigente, declarou que “‘Israel’ não conseguirá, por meio da mediação, o que não foi capaz de alcançar no campo de batalha”.

Contudo, os sionistas farão de tudo para evitar mais essa vitória do Hamas. Nesse sentido, Netaniahu, ao falar que a trégua só ocorrerá com a “vitória total” sobre o Hamas, deixou claro que a invasão terrestre da cidade de Rafá (fronteira com o Egito) continua sendo preparada, e que será realizada, pois a cidade seria algo necessário para erradicar o que teria sobrado dos combatentes do Hamas em Gaza.

Ao comentar sobre essa declaração, de que na Faixa de Gaza praticamente não haveria mais combatentes do Hamas (pois teriam sido eliminados ou expulsos pelas tropas sionistas), Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), no programa Análise de Terça, que foi ao na terça-feira (27), declarou o seguinte:

“Eu acho que isto é quase uma piada do Netaniahu. Ele virou um Zelenski, que falou recentemente que só morreram 31 mil soldados na Ucrânia. Ninguém viu essa destruição do Hamas. Ele quer apresentar essa chacina monstruosa do povo palestino como sendo um feito militar. Não é um feito militar. Isto é como um estupro, é um crime de pessoas que não batem bem na cabeça […] É uma coisa louca, eles não deram nenhum tipo de evidência – e sabemos como é a máquina de propaganda sionista – de que o Hamas tivesse sido derrotado. Nada. A verdade é que não teve derrota nenhuma do Hamas. [‘Israel’] não conseguiu sequer recuperar os reféns. O que ele está planejando na cidade de Rafá é mais um banho de sangue.”

Pimenta então explica que a política do sionismo em relação ao povo palestino é uma política de extermínio, mas, ao mesmo tempo, uma medida desesperada, haja vista que “Israel” não consegue controlar a insurgência dos palestinos:

“A política israelense é martirizar, torturar o povo palestino, no grau mais intenso que eles conseguirem, para tentar quebrar o espírito do povo palestino, que se opõe a ‘Israel’ com muita determinação. Eles querem reduzir o pessoal a pó. É praticamente uma política de extermínio da população palestina […] é uma política de desespero do sionismo, eles não conseguem dominar os palestinos.”

Contudo, as negociações continuam ocorrendo, sob a mediação do Catar e do Egito, e com a participação dos Estados Unidos. 

Levando em conta que “Israel” não conseguiu derrotar militarmente o Hamas e demais organizações da resistência, e que a crise interna da sociedade israelense e do imperialismo se intensifica a cada dia, os sionistas são praticamente obrigados a aceitar um cessar-fogo. E seria mais uma vitória para o Hamas, conforme apontou Rui Pimenta, também na Análise de Terça:

“Se o cessar-fogo for prolongado, é uma vitória do Hamas, sem dúvida nenhuma, porque o problema não é quantas pessoas as forças armadas israelenses de ocupação vão matar, o problema é derrotar a força militar do povo palestino, que não foi minimamente arranhada. Então, é uma grande vitória do Hamas.”

Pimenta então destacou o protagonismo do Hamas, demonstrando que o partido é quem fala pelos palestinos na Faixa de Gaza, podendo inclusive ser o representante do toda a sociedade palestina, inclusive da Cisjordânia:

“[Embora] as negociações estejam indo e vindo, mais cedo ou mais tarde terá que haver um acordo… com o Hamas. O acordo está sendo feito com o Hamas, é importante destacar isto […] O Hamas é quem negocia em nome da Faixa de Gaza. E talvez venha, em breve, a negociar em nome de todos os palestinos.”

O que serve para demonstrar a falsidade das alegações de que o Hamas não é um representante do povo palestino. E quando o cessar-fogo for firmado, o Hamas estará à frente, representando o povo palestino e obtendo mais uma vitória da resistência contra o sionismo.

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