O movimento Hamas negou categoricamente as alegações disseminadas pela ocupação israelense sobre os detalhes do assassinato do ex-líder de seu birô político, o mártir e líder Ismael Hanié.
A ocupação israelense havia afirmado que a operação foi realizada por meio de um dispositivo explosivo plantado no quarto de Hanié em uma casa de hóspedes oficial iraniana em Teerã, durante uma visita oficial para a cerimônia de posse do presidente iraniano Masoud Pezeshkian.
Em comunicado divulgado neste domingo, o Hamas esclareceu que investigações conduzidas por um comitê conjunto, envolvendo seus próprios órgãos de segurança e agências iranianas, concluíram que o assassinato foi realizado com um míssil guiado contendo 7,5 quilos de explosivos. Segundo o comunicado, o míssil teve como alvo específico o telefone celular do líder.
O Hamas descreveu as alegações israelenses como uma tentativa desesperada de desviar a atenção do que chamou de “crime composto”, que incluiu a violação da soberania da República Islâmica do Irã ao lançar um míssil contra um de seus locais oficiais.
A imprensa israelense divulgou versões sobre o assassinato de Hanié, sugerindo que a operação ocorreu durante sua estadia em Teerã. Segundo essas alegações, a ocupação israelense teria inicialmente considerado outros locais, como Catar, Turquia e Moscou, mas optou pelo Irã devido às estadias frequentes de Hanié em uma casa de hóspedes do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) no bairro de Sa’adat Abad, ao norte de Teerã.
As alegações também indicaram que a participação de Hanié na cerimônia de posse do presidente iraniano teria proporcionado o momento oportuno para a ação. Supostamente, agentes teriam plantado um dispositivo explosivo improvisado em seu quarto pouco antes da cerimônia.
De acordo com o Canal 12, o dispositivo teria sido detonado por volta da 1h30 da manhã, causando uma explosão que abriu um buraco na parede do quarto de Hanié e abalou o complexo da Guarda Revolucionária.
O ministro de Segurança israelense, Israel Katz, confirmou publicamente pela primeira vez na última segunda-feira (23) que ‘Israel’ foi responsável pelo assassinato de Hanié em Teerã, no início do verão.
Irã condena confissão israelense
O representante permanente do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, enviou uma carta ao secretário-geral da organização e ao Conselho de Segurança, condenando a admissão de ‘Israel’ sobre sua responsabilidade no assassinato do líder do Hamas.
A carta destacou a legitimidade de uma resposta defensiva iraniana e reafirmou a postura de Teerã, enfatizando que o regime israelense representa a maior ameaça à paz e à segurança regionais e globais.
“Esta confissão audaciosa e desavergonhada sobre o assassinato de um líder político dentro do território soberano de um Estado membro das Nações Unidas destaca mais uma vez a responsabilidade internacional do regime israelense por seus atos de terrorismo e agressão“, declarou Iravani durante uma sessão da ONU.
Ele também criticou o silêncio do Conselho de Segurança, alertando que a omissão da entidade não apenas encorajaria o regime israelense a cometer mais crimes atrozes, mas também enfraqueceria os princípios fundamentais sobre os quais as Nações Unidas foram fundadas.