Desde sua formação como Estado-nacional, Israel precisou de um enorme aparato de propaganda, este conhecido pelo termo em hebraico como “Hasbara”. Por ser um estado artificial moldado pelo imperialismo da Inglaterra e, posteriormente, entregue aos Estados Unidos, sem apoio popular ou qualquer sustentação concreta, “Israel” requisitou de duas coisas em abundância: uma quantidade imensurável de dinheiro e um aparato ainda maior de propaganda.
A partir de 1948, data de sua fundação, todos os massacres perpetrados pelo sionismo, a Naqba (a limpeza étnica palestina) e a dominação brutal foram ocultados pela grande imprensa. Os palestinos sobreviveram por 75 anos em meio a massacres, roubos, discriminação, abusos incontáveis e variados sem serem assistidos pela população mundial. O simples conhecimento da causa palestina era destinado a setores mais conscientes da sociedade. Mas, como afirmou Marx, “tudo que é sólido se desmancha no ar…”
Com a operação Dilúvio de Al-Aqsa, ação militar dos Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Frente Popular pela Libertação da Palestina, Frente Democrática pela Libertação da Palestina e Jiade Islâmica, “Israel” se encontrou diante de uma enorme crise. Em retaliação, assassinou, até agora, 23.000 civis inocentes, sendo 10.000 crianças, que, se forem somados às mulheres, representam 70% do total dos mortos. Desta vez, a população mundial deixou barato. As redes sociais foram uma aliada valiosa da causa árabe, o mar de sangue proporcionado pelas hienas israelenses inundou e comoveu a maior parte da população, chegando até as pessoas mais alheias a política.
O Hasbara, antes eficaz, tentou de tudo para conter uma enorme revolta contra o genocídio em céu aberto. Notícias falsas como: “40 bebês decepados”, “estupros” e extrema brutalidade por parte do Hamas infectaram os meios de comunicação que estão ao serviço do imperialismo. Nem mesmo a fórmula tradicional do “terrorista” foi o suficiente para conter a verdade.
A intensa repercussão, gerou como produto na acusação da África do Sul perante a TIJ (Tribunal Internacional de Justiça), de genocídio contra os palestinos, contando com o apoio de inúmeros países, abrangendo os árabes e até mesmo países da América do Sul como Bolívia, Colômbia e o Brasil. Após frustrações militares (a matança indiscriminada de civis foi a única “vitória” de “Israel”) o Estado sionista perde no seu habitat natural, o da propaganda política. É impossível não dar os créditos ao Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas. O grupo que luta de armas na mão pela libertação da Palestina instalou a maior crise na história do sionismo.
O desespero do imperialismo deságua em uma repressão desenfreada, o aumento da censura, a proibição de manifestações pró-palestina na Europa e a criminalização da “apologia ao Hamas” e aos ataques realizados no dia 7 de outubro. Acusar de terrorismo os grupos que se levantaram contra a opressão é a única arma daqueles que defendem o genocídio palestino. No mar vermelho, “Israel” está sofrendo com os ataques do Iêmen, na Faixa de Gaza não existe nenhum controle de território por parte dos soldados israelenses e no campo da propaganda estão perdendo feio. Sem a intervenção direta dos Estados Unidos, “Israel” acabaria em poucos dias.