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Operação Dilúvio de al-Aqsa

Hamas adota política dos bolcheviques às vésperas da Revolução

Compromissos firmados pelo partido revolucionário palestino repetem táticas bem-sucedidas adotadas pelos comunistas russos

Ocorrido entre os últimos dias 14 e 20, o curso “Lênin e a Revolução Russa”, realizado pelo Partido da Causa Operária (PCO), lembrou passagens marcantes da mais importante revolução ocorrida na história, acompanhada pela explicação teórica aprofundada das táticas, fornecida por um dos maiores revolucionários que já existiu: o dirigente bolchevique Vladimir Lênin. Uma das políticas defendidas por Lênin em especial e lembradas no transcorrer do curso, lembrava a questão dos compromissos, com ensinamentos importantes para a luta política contemporânea, sobretudo pelas similaridades que trazem com a luta pela libertação da Palestina.

É o caso do acordo firmado no último dia 22 na China, entre o principal partido revolucionário palestino, o Movimento Resistência Islâmica (“Hamas” na sigla em árabe), as demais forças que compõem a Resistência Palestina (Jiade Islâmica, FPLP e FDLP) e a Autoridade Palestina (AP), que governa a Cisjordânia apoiados pelo sionismo, mas sob uma posição cada vez mais insustentável. Segundo os termos do acordo anunciado, o objetivo é “formar um governo de unidade nacional temporário com o consenso das facções palestinas e por decisão do presidente com base na Lei Básica Palestina”, diz a nota conjunta assinada pelas organizações na capital chinesa, Pequim.

A princípio, pode parecer uma capitulação da Resistência Palestina assinar acordos com a AP, dado o histórico da organização, porém, o movimento repete a tática bem sucedida adotada pelos marxistas russos, que, tendo como objetivo estratégico tomar o poder e derrotar o verdadeiro inimigo, o imperialismo, adotou uma política que permitia ao proletariado russo evoluir politicamente. Isso se traduziu em uma série de táticas como, por exemplo, jamais reivindicar o poder para si, mas para os sovietes, organização que representavam os trabalhadores e nas quais, até as vésperas da Revolução de Outubro, os próprios bolcheviques eram minoria.

A relutância obstinada dos demais partidos da esquerda russa de então em manter a subordinação do país ao imperialismo (traduzida pela manutenção da Rússia na guerra) e, com isso, não aprofundar o processo revolucionário iniciado em fevereiro, produziu uma desmoralização crescente das demais organizações esquerdistas que não acompanharam os bolcheviques. O mesmo desafio posto aos mencheviques, socialistas revolucionários e demais esquerdistas russos está posto agora contra o principal partido na direção da AP, o Fatá, que, nas eleições de 2006, ficou com 45 das 132 cadeiras do Conselho Legislativo da Palestina (o parlamento palestino).

É preciso destacar que a pressão contra o Fatá já é severa o bastante para que o acordo firmado em Pequim seja feito. Embora a direção do partido fundado por Yasser Arafat tenha um alinhamento muito grande com o sionismo, a cúpula é pressionada pelas Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, milícia que rompeu relações oficiais com o partido em 2007, mas que ainda é composto por setores ligados à esquerda do Fatá e que tem se rebelado contra a direção, participando das operações militares contra as forças sionistas na Cisjordânia convocadas pela Resistência liderada pelo Hamas.

O uso das táticas defendidas e teorizadas por Lênin reflete a agudeza da política do Hamas, um partido que na prática, é mais bolchevique do que muitas organizações de esquerda que louvam a Revolução Russa e seu principal dirigente, porém, em sua ação, unem-se ao imperialismo nos ataques ao partido revolucionário palestino.

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