O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), recebeu, nessa quarta-feira (19), o prêmio Faz Diferença, na categoria Economia, no Rio de Janeiro. O troféu foi entregue pela editora da Economia do jornal O Globo, Luciana Rodrigues, e pelo colunista Lauro Jardim. O Prêmio Faz Diferença é uma realização do jornal, com patrocínio da Firjan SESI (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e apoio da Naturgy.
Após receber o prêmio, Haddad agradeceu ao jornal e à Firjan pela iniciativa: “estou muito emocionado mais pelas pessoas que receberam o prêmio nessa data (em outras categorias), um prêmio que enaltece figuras tão importantes. Dedico esse prêmio à equipe do ministério da Fazenda. Queria agradecer aos secretários; ao Congresso, que ajudou muito o Brasil; ao Judiciário, que tem feito seu trabalho”.
O Globo aproveitou a notícia para elogiar Haddad, afirmando que ele “conseguiu no primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva blindar a agenda econômica de interesses políticos diversos e ainda aprovar a Reforma Tributária sobre bens e serviços, aguardada por quatro décadas” (Fernando Haddad recebe o prêmio Faz Diferença 2023 na categoria Economia, 19/6/2024).
“Especialistas são categóricos ao afirmar que a postura do governo foi fundamental para aprovação do projeto, que tramitava anteriormente sem avanços relevantes. A expectativa é que a medida ajude o país a deixar para trás o ‘manicômio tributário’, adotando um modelo de impostos mais eficiente”, diz o jornal.
“Embora o arcabouço fiscal apresentado por Haddad tenha, inicialmente, contribuído para dissipar as incertezas sobre o controle das contas públicas no governo petista, o ministro vem sofrendo agora cada vez mais pressão para provar que será capaz de honrar as promessas e reduzir o déficit público”, continua.
Haddad não tem medo de esconder que está realizando uma política neoliberal contrária aos interesses do povo: “ministro da Fazenda é um cargo isolado por natureza, porque é a pessoa que contraria interesses”, afirmou a reportagem de Miriam Leitão, que dedicou uma longa matéria para elogiar o ministro (Fernando Haddad, o administrador de pressões, O Globo).
Leitão, então, diz: “a natureza do cargo é mesmo essa”. Segundo a reportagem, foi Haddad quem propôs a Lula colocar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice da chapa presidencial. Haddad e Alckmin tem uma relação de longa data: quando o petista era prefeito de São Paulo (2012-2016), Geraldo Alckmin era governador do estado.
Nesse período, enquanto o Alckmin, então do PSDB, destruía o estado paulista, Haddad buscava coordenar a política do Executivo municipal com a do governo estadual. Quando explodiram as manifestações de junho de 2013 contra o aumento das tarifas do transporte público, a então presidenta Dilma Rousseff e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, pediram que o prefeito paulistano recuasse do aumento, e ele teria negado. “Não vou fazer isso sem o Alckmin. Ele aceitou o pedido da Dilma, não vou deixar ele com a brocha na mão”, disse para Paes
Ou seja, a relação de Haddad com a direita neoliberal e tucana é de longa data. Haddad, apesar de estar no Partido dos Trabalhadores (PT), é totalmente alheio ao movimento operário e popular. É um político burguês infiltrado no maior partido de esquerda do País.
Logo, assim que assumiu o Ministério da Fazenda, Haddad quis imediatamente aumentar o preço dos combustíveis, mas foi impedido pelo PT. “O governo anterior (Bolsonaro) deixou várias armadilhas. Uma delas foi a desoneração dos combustíveis, medida com vigência até 31 de dezembro. Em 1º de janeiro seria a posse de Lula. O que fazer? Haddad defendeu a volta do tributo”, conta Leitão, que elogia o ministro neoliberal: “estava certo do ponto de vista fiscal e ambiental”. “A ala política achava que seria um risco tomar posse aumentando preço. Haddad foi derrotado, e a presidente do partido (Gleisi Hoffmann) anunciou a decisão de que o imposto não voltaria numa entrevista ao Estúdio i. O fato de ser anunciada na imprensa e pela presidente do partido já o enfraquecia”, lamenta O Globo.
Haddad, finalmente, acabou reonerando a gasolina em março e o diesel em 2024. Ele também tem sido responsável por restrições orçamentárias para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Haddad tem realizado uma política de austeridade e taxação da população, motivo pelo qual está sendo premiado pelos banqueiros e elogiado por O Globo.