Ao contrário do que prega o “Estado de Israel”, a operação “Dilúvio de Al-Aqsa” não é um ataque terrorista desesperado, pelo contrário, é uma operação cuidadosamente planejada, provavelmente durante anos. A eficácia dos ataques militares não é a única prova concreta, o Hamas está travando uma guerra multifacetada contra os sionistas. A equipe cibernética do Hamas corrobora a versão fatídica apresentada. Os chamados hackers, pertencentes às brigadas de Al-Qassam, já são reconhecidos como uma das forças mais formidáveis do mundo cibernético no Oriente Médio.
Em um artigo no portal do Catar, Al Jaazera, Mohamed Youssef escreve como a força cibernética do Movimento de Resistência Islâmica, Hamas, colheu informações precisas dos israelenses, desempenhando um papel crucial de desativação ou controle das redes de comunicação israelense. Youssef afirma que foi uma operação simples e engenhosa, utilizando de exemplo o aplicativo “Golden Cup”, um aplicativa projetado para celulares androides baixado livremente no aplicativo Play Store. O aplicativo foi introduzido em 2018, visando informar sobre os gols, datas e jogos da Copa do Mundo. O aplicativo foi baixado por inúmeras pessoas e, também, os “Hackers de chapéu verde”, termo dado pelo think tank imperialista Atlantic Council Foundacion.
“No caso deste aplicativo, o malware é deliberadamente instalado após o download do aplicativo da Google Store com o objetivo de contornar o processo de triagem de segurança imposto pelo Google. Isso deu ao grupo de hackers a oportunidade de executar remotamente o código no smartphone para que eles pudessem assumir o controle total dele e, com ele, eles poderiam rastrear a localização, acessar a câmera e o microfone, fazer upload de fotos, escutar chamadas e extrair arquivos do telefone” – Com este único truque, o Hamas adquiriu informações de inúmeros dados celulares de soldados israelenses, afirmou Youssef.
Segundo o especialista, os hackers de chapéu verde não são mundialmente famosos, porém são excepcionalmente talentosos, “Em vez disso, são orientados para o talento”, “confiando na inteligência humana contra a infraestrutura tecnológica”. De acordo com Mohamed Youssef, o primeiro grande ataque cibernético do grupo foi realizado em 2012 e apenas 10 anos depois o Movimento de Resistência Islâmica anunciou a existência do grupo cibernético. Isso pode estar relacionado ao fato de não precisar esconder a identidade do fundador: Juma Al-Tahla. Al-Tahla foi assassinado em Israel em 2021, na batalha em que os palestinos conhecem como “Batalha da Espada de Jerusalém”.
Uma fonte das brigadas de Al–Qassam afirmou à Al Jazeera que, “o estabelecimento desta unidade, visava organizar ataques técnicos da resistência e desenvolvê-los ainda mais, especialmente no emprego de informações, seja em termos de operações ofensivas de campo ou para frustrar as operações inimigas”.
No dia 7 de outubro é indispensável atribuir o sucesso da operação também aos guerreiros cibernéticos que deram um verdadeiro baile na inteligência israelense, conhecida mundialmente. Os hackers do Hamas, aos olhos dos especialistas em tecnologia, são tão impressionantes quanto os seus combatentes, pois eles têm a capacidade de, por meios simplórios, realizar um ataque de grande impacto, atingindo exércitos tradicionais e inteligência estatal. O New York Times, jornal do imperialismo norte-americano, relatou a importância da coleta de informações do exército antes do ataque no dia 7 de outubro, o que justifica a complexidade da operação realizada pelo Hamas e, consequentemente, o seu sucesso.