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'Israel'

Guerra com Resistência já jogou 25% dos israelenses na pobreza

Segundo estudo, 678.200 famílias (22,3%) e 2.756.000 indivíduos (28,7%) estão lutando contra a pobreza, incluindo 1.240.000 crianças (39,6%)

A pobreza atinge um quarto dos israelenses em meio à intensificação da guerra travada contra o povo palestino. A nova etapa enfrentada pelo imperialismo após o início da guerra de libertação nacional da Palestina, que já se estende por mais de 14 meses desde os atos heroicos do Hamas, trouxe uma crise humanitária não apenas para os palestinos, mas também para a população israelense.

Um relatório divulgado pela organização humanitária israelense Latet revelou um cenário alarmante de pobreza e dificuldades econômicas enfrentadas por milhões de colonos israelenses. Segundo o relatório anual alternativo de pobreza de 2024, cerca de um milhão de israelenses enfrentam dificuldades para pagar contas básicas e vivem em condições financeiras precárias.

O levantamento aponta que 678.200 famílias (22,3%) e 2.756.000 indivíduos (28,7%) estão lutando contra a pobreza, incluindo 1.240.000 crianças (39,6%). A situação econômica piorou para 65% dos beneficiários atendidos pela Latet e para 32,1% da população geral no último ano.

As crianças são particularmente impactadas: 44,6% apresentaram queda no desempenho acadêmico, enquanto 46,7% enfrentam problemas psicológicos agravados pela guerra. A crise também afeta gravemente os idosos: mais da metade (52,6%) dos beneficiários governamentais sofrem de pobreza severa, e um terço (34,8%) enfrenta insegurança alimentar extrema.

Entre os beneficiários da Latet, 84,8% relatam falta de energia elétrica, 68,6% sofrem de problemas de saúde mental e 70,8% deixaram de comprar medicamentos essenciais. A disparidade entre renda e despesas é gritante.

As famílias apoiadas pela organização têm gastos mensais 1,7 vezes superiores à sua renda média. Essa situação é agravada pela falta de apoio governamental, já que o sionismo opera como um apêndice do imperialismo. Cerca de 94,2% das organizações de ajuda alimentar não receberam auxílio oficial para lidar com as demandas da guerra, e 70,9% registraram queda nas doações.

O sítio israelense Srugim destacou que o custo mínimo de vida em “Israel” é estimado em 5.355 shekels por pessoa e 13.617 shekels por família, valores inalcançáveis para a maioria das famílias atendidas. As projeções para 2025 são ainda mais sombrias, com aumentos acentuados nos preços de bens essenciais, indicando um agravamento da situação econômica.

O economista Jacques Bendelac observou que, nas últimas duas décadas, “Israel” se apoiou fortemente no consumo a crédito. Contudo, muitas famílias agora não conseguem quitar dívidas e empréstimos, especialmente nas atuais condições. Ele alertou que os altos custos de vida, combinados com a desaceleração econômica, levarão “inevitavelmente a um aumento da pobreza”.

Organizações humanitárias relatam um aumento na demanda por serviços. No estacionamento de um centro comercial em Rishon Lezion, por exemplo, a ONG Pitchon-Lev distribui cestas gratuitas de frutas, legumes e carne duas vezes por semana.

Desde outubro de 2023, a organização mais que dobrou suas atividades, atendendo quase 200.000 famílias nos territórios ocupados. Entre os novos beneficiários estão jovens, famílias com reservistas e pessoas evacuadas de assentamentos no norte devido à abertura de uma nova frente de conflito. Eli Cohen, fundador da Pitchon-Lev, destacou a mudança no perfil dos assistidos, que agora inclui antigos doadores que se tornaram necessitados, refletindo a profundidade da crise econômica.

Bendelac apontou que, historicamente, há uma tendência de forte recuperação econômica após o fim de conflitos. Contudo, ele advertiu que, quanto mais a guerra se prolongar, mais lenta e difícil será a recuperação.

Vale ressaltar que sua análise parte de uma perspectiva palatável ao imperialismo, que sequer considera a derrota total de “Israel” como uma possibilidade. Assim, as previsões catastróficas se inserem em um contexto pró-sionista.

A dependência de crédito e o aumento da pobreza são desafios estruturais que complicam ainda mais o cenário. Com a continuidade do conflito, a previsão é de que as dificuldades econômicas se intensifiquem, agravando a pobreza e dificultando a recuperação da sociedade israelense.

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