Dirigentes da ONG Aip criticaram a decisão do Ministério dos Povos Indígenas de nomear representantes para a câmara de conciliação do STF, destinada a discutir o marco temporal. A Apib, que já havia se retirado da comissão, afirmou que a participação dessas indicações poderia levar à “desconstitucionalização” de direitos dos índios. O ministério justificou a medida, dizendo que atendeu a um pedido do ministro Gilmar Mendes, mas garantiu que a vaga da Apib permanece disponível. Ou seja, Guajajara é tão direitista que nem sua ONG consegue concordar com a sua política.
A Apib e outras entidades, como o CIR (Conselho Indígena de Roraima), condenaram as indicações de Guajajara, ressaltando que as pessoas escolhidas fazem parte de órgãos governamentais, o que comprometeria a representatividade dos índios. Para essas entidades, o ato do ministério alinha-se com interesses do latifúndio, violando o direito de consulta e consentimento prévio, garantido pela Convenção 169 da OIT.
Os indicados são:
- o secretário especial de Saúde Indígena, Weibe Tapeba;
- a coordenadora do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Interior Sul, Eunice Kerexu Yxapyry;
- o coordenador regional da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em Minas Gerais e Espírito Santo, Douglas Krenak;
- Pierlangela Nascimento da Cunha, que integra a Coordenação-Geral de Políticas Educacionais Indígenas na Diretoria de Políticas da Educação Escolar Indígena, do Ministério da Educação;
- o educador Eliel Benites.
Outras figuras, como Emerson Pataxó, também se manifestaram, classificando a decisão como um atentado à autonomia do movimento dos índios. Ele criticou a escolha do ministério, considerando-a uma afronta à Apib e um desrespeito à luta pelos direitos dos índios.
Fica claro que Guajajara é uma inimiga dos índios, se dobrou aos latifundiários e ao STF e atua apenas como uma fachada democrática do governo. Nem mesmo as ONGs conseguem defender a sua atuação.