A Histradut, principal central sindical de “Israel”, convocou greve geral de um dia para esta segunda-feira (9), para pressionar o governo Netaniahu a aceitar um acordo de paz.
Contudo, revoltados com Netaniahu, milhares de israelenses saíram às ruas já no domingo (1º) em Telavive e em Jerusalém ocupada. Conforme informações da emissora libanesa Al Mayadeen, aproximadamente 280 mil pessoas teriam saído às ruas em Telavive. Segundo relatos, os manifestantes exigem que o governo desista de manter tropas em Gaza (especificamente nos corredores de Filadéfila e Netzarim) e retome as negociações com o Hamas (e o conjunto da Resistência), para que os prisioneiros que permanecem vivos possam retornar.
Conforme a central, a greve atinge grande parte dos setores da economia de “Israel”, o transporte público, escolas, universidades e outros setores de serviços. Paralisação de duas horas para voos de partida, entre as oito e as dez da manhã foi programa no Aeroporto Ben Gurion, em Telavive. Além disto, as administrações municipais de Telavive e Haifa aderiram à greve. Segundo a Bloomberg, vários grandes bancos de “Israel” devem fechar, embora a bolsa de valores deva permanecer aberta.
Há relatos também de bloqueios de ruas e avenidas em por centenas de manifestantes, tais como a Rua Ibn Gvirol, a estrada Namir (ambas em Telavive), uma estrada na cidade de Rosh Pina, no norte, e a junção Shilat, perto de Modi’in.
A paralisação se dá em razão da morte de seis prisioneiros israelenses que estavam em Gaza, e cujos corpos foram encontrados na sexta-feira (30). Segundo declaração das forças israelenses de ocupação, eles foram encontrados assim em um túnel em Rafá, cidade ao sul de Gaza. Contudo, conforme declaração do vice líder do Hamas em Gaza, Khalil al-Haiia, à emissora Al Jazeera, a morte dos prisioneiros é resultado do continuo bombardeio sionista contra a Faixa de Gaza:
“Aqueles seis prisioneiros e outros poderiam ter sido liberados para suas famílias através de um verdadeiro acordo de troca enquanto ainda estavam vivos, mas a insistência do exército de ocupação, de Netaniahu e de seu governo extremista é a razão pela qual esses prisioneiros perderam suas vidas, junto com dezenas de outros mortos diretamente pela ocupação através de bombardeios, visando aqueles que estavam com eles, guardando-os ou vivendo com eles.”
O Hamas frisou ainda que “alguns dos prisioneiros foram mortos diretamente por balas das forças de ocupação”.
Conforme a já citada emissora, Al Mayadeen, Jair Lapid, o líder da oposição sionista, “apelou aos sindicatos, empregadores e autoridades locais dentro da ocupação israelense para perturbar a economia”. Em declaração, Lapid disse que “enquanto ainda houver reféns vivos na Faixa, ainda é possível chegar a um acordo, mas Netaniahu está relutante por razões políticas”, destacando que “é impossível continuar assim”, pois “Israel está entrando em colapso”.
Mostrando a divisão no governo, o ministro da defesa de “Israel”, Joabe Galant declarou “se quisermos os prisioneiros vivos, não temos tempo“, referindo-se à necessidade do governo desistir de ocupar o Corredor Filadéfila.
Por outro lado, o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que, junto de Ben Gvir (Ministro da Polícia) lidera extrema-direita sionista no governo, declarou que “se nos curvarmos às exigências do Hamas como o ministro da defesa sugere, perderemos a guerra”
Ressalta-se que Netaniahu declarou expressamente que “se eu tivesse que escolher entre Filadélfia e resgatar os prisioneiros, eu escolheria Filadélfia“.
Ante a morte dos prisioneiros, o Hamas publicou vídeo direcionado à população israelense denunciando que Netaniahu escolheu o Corredor Filadélfia em vez de prisioneiros.
A paralisação é mais uma demonstração de que, apesar do genocídio, o Hamas, liderando a Resistência Palestina, vem derrotando “Israel” e o sionismo.