Na Itália, centenas de milhares de trabalhadores saíram às ruas em mais de 40 cidades italianas para protestar na última sexta-feira (29) durante greve geral convocada pela Confederação Geral Italiana (CGIL) e União Italiana do Trabalho (UIL).
O protesto contou com ampla participação popular. A adesão média da greve foi de 70% dos trabalhadores, chegando a atingir 100% em alguns setores como no caso da agroindústria e em algumas empresas portuárias, foi, no entanto, a greve, bastante limitada no que diz respeito à sua duração: 4 horas de duração no setor de transportes e 8 horas nos demais setores.
A principal reivindicação dos trabalhadores é a absoluta rejeição à proposta orçamentária para o ano de 2025, que foi enviada pelo governo da primeira-ministra neoliberal Giorgia Meloni e que propõe drásticos cortes no repasse financeiro para setores fundamentais como saúde e educação, para programas sociais além de cortar mais de 12 bilhões do orçamento de ministérios e autoridades locais, o que poderá levar municípios italianos e até mesmo regiões inteiras à falência.
O pacote orçamentário aprovado pelo governo Meloni trabalha para enquadrar o país mediterrâneo às regras aprovadas pelo Parlamento Europeu no chamado “Pacto de Estabilidade da União Europeia”, um documento cuja política proposta trabalha para garantir o pagamento dos especuladores e o orçamento de guerra às custas da vida da população dos países europeus.
Segundo o jornal italiano Il Manifesto, o documento aprovado no parlamento da União Europeia obrigaria a Itália a “manter o seu déficit dentro de 1,5% do PIB. Isto é metade do famoso limite de Maastricht de 3%. Significa corte nos gastos sociais e redução nos investimentos. Tudo isto foi concebido para nos prepararmos para ‘choques inesperados’, como pandemias e guerras. No ponto zero de crescimento isto significa austeridade permanente. E ainda não se fala em reduzir a dívida pública recorde da Itália. Isso também levará a consequências perigosas e sufocantes.”
Ainda segundo o jornal Il Manifesto, hoje na Itália cerca de 80% do total de lucro gerado por uma empresa vai para os acionistas e dos 20% restantes apenas 40% são reinvestidos no trabalho.
Os inimigos do povo italiano são os inimigos do povo brasileiro
Assim como acontece na Itália, o Brasil também está refém dos verdadeiramente vampiros do mercado financeiro que vêm pressionando o governo Lula ao ponto de este acabar de apresentar o chamado “plano Haddad”que assim como o pacote da primeira-ministra italiana assalta o bolso da população para satisfazer a insaciável fome dos bandidos que são chamados eufemisticamente de “investidores”. É preciso seguir o exemplo dos trabalhadores italianos e ir às ruas contra a destruição generalizada levada a cabo pela política neoliberal, que consegue se infiltrar até mesmo em governos da esquerda como é o caso do mandato presidencial atual no Brasil.