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Judiciário

Crimes de Moro são os mesmos de Moraes

Colunista do Brasil 247, Moisés Mendes publicou virulento ataque ao jornalista notório por defender a liberdade de expressão, e em defesa do golpista Alexandre de Moraes

No último domingo, dia 14 de abril, o Brasil 247 publicou uma coluna assinada pelo jornalista Moisés Mendes intitulada Glenn Greenwald embarcou na Terra plana infestada de bandidos.

Ao longo do artigo, Mendes antecede todas as suas menções a Greenwald de trechos sem qualquer relação, fazendo alusão a bolsonaristas em abstrato, na busca por estabelecer correlação entre eles. Não reproduzimos aqui tais comparações absurdas, exceto a primeira, como exemplo:

“O bolsonarista neopentecostal acredita que, na guerra do Irã contra Israel, deve ficar sempre contra os iranianos, porque Israel é um país cristão e amigo dos evangélicos com Deus e seu filho Jesus acima de tudo. Mas um jornalista do porte de Glenn Edward Greenwald não pode, seguindo o mesmo raciocínio enviesado, acreditar que a guerra de Elon Musk contra Alexandre de Moraes, Lula e o Brasil transforma o bandidão sul-africano em libertário.”

Moisés Mendes aqui utiliza a conhecida “falácia do espantalho”, que consiste em ignorar as posições do interlocutor, substituindo-as por outras de sua própria criação para, então, derrubá-las. Em outras palavras, trata-se de um debate consigo mesmo.

Bom, nos dirigindo ao segundo parágrafo, onde algo que se assemelha a um argumento pode ser talvez observado, temos a seguinte posição: Musk estaria em guerra contra Alexandre de Moraes, Lula e o Brasil, e isso, para Greenwald, o transformaria num libertário. Em primeiro lugar, seria necessário que Mendes demonstrasse a afirmação da tal guerra “contra Lula e o Brasil” de Elon Musk, ao meramente denunciar as arbitrariedades ilegais, inconstitucionais, do ministro Alexandre de Moraes.

Lula não é Alexandre de Moraes, e comete um grave erro ao se alinhar à figura nefasta da direita golpista, que ascendeu ao cargo após a misteriosa morte do então relator da operação Lava Jato no STF, Teori Zavascki. Em segundo lugar, Mendes precisaria demonstrar como a defesa do cumprimento da lei, contra o arbítrio do Judiciário, seria uma guerra “contra o Brasil”. Sigamos.

“[…] um jornalista do porte de Glenn Greenwald não pode acreditar que o ministro Alexandre de Moraes mandou prender anjinhos libertários da ala religiosa do fascismo.”

De fato, ninguém acredita nisso. Alexandre de Moraes prendeu tiozões de boteco e tias da cantina, cassou parlamentares à revelia da Constituição Federal, cassou veículos de imprensa, cassou o acesso a redes sociais de um partido inteiro, o PCO, tudo ilegalmente, como um verdadeiro ditador. E conseguiu fazê-lo pelo apoio de setores da esquerda, como Moisés Mendes, que agora vem levantar acusações contra um jornalista por defender o princípio da liberdade de expressão, base do próprio jornalismo. Uma farsa.

“[…] um jornalista que se consagrou pela defesa do direito à informação não pode estar ao lado de quem dissemina desinformação e mentiras para atacar o ministro que tenta conter as máfias das fake news das redes sociais protegidas pelas big techs também mafiosas.”

Cabe destacar, Greenwald pode ficar ao lado do que bem entender e, de fato, o estabelecimento de um Ministério da Verdade ao estilo 1984 não combina com a trajetória do jornalista norte-americano, que mantém sua coerência ao se opor a Moraes.

Mendes resume a internet, meio mais livre para a comunicação existente no planeta, como o meio das fake news, e é interessante o termo em inglês, que deixa claro de onde vem tal política. Os veículos como Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, nenhum destes é mencionado. Quem se lembra da campanha de que a Petrobrás era incapaz de explorar o pré-sal? Seria isso fake news? Ou quando se trata de algo de fato contra o povo brasileiro, é informação verídica? Outra farsa aberrante.

Mendes segue a cartilha do imperialismo para impor a censura à internet, aos trabalhadores, aos explorados, enquanto os maiores mentirosos do País passam incólumes pela “campanha da Verdade”. Mais que isso, não são necessárias mentiras para atacar Moraes. Foi um ministro nomeado por Michel Temer, odiado por consenso no Brasil, sem qualquer base de legitimidade. Um juiz alinhado ao que de mais podre há na política nacional, o PSDB, a direita golpista.

“[…] um jornalista respeitado como Glenn Greenwald, que ajudou a expor a gangue de Curitiba, não pode remexer em posições de muitos anos atrás, de um ou dois nomes das esquerdas, só para tentar desqualificar as posições de todas as esquerdas em relação a Alexandre de Moraes.”

Moisés Mendes cai no ridículo com a colocação acima. A “gangue de Curitiba”, à qual podemos atribuir participação de seus padrinhos políticos, inclui Alexandre de Moraes, um grande beneficiado pela operação golpista. Da mesma forma, inclui Globo, Folha, Estadão, e todo o resto da imprensa golpista. Ou seja, Greenwald, ao denunciar Moraes, mantém sua política de combate ao golpe, ao imperialismo, aos setores golpistas da política nacional, aos quais hoje parte expressiva da esquerda se alinha. Portanto, “as posições de todas as esquerdas em relação a Alexandre de Moraes” não precisam ser alvo de desqualificação, porque já são, por si, completamente desclassificadas.

A essas outras sandices seguem, mas fiquemos, por fim, com a seguinte:

“Greenwald aliou-se aos argumentos do gangsterismo mundial para fazer o jogo de Musk e de Trump no esforço para evitar a prisão de Bolsonaro, seus generais e o núcleo civil e empresarial do golpe.”

Greenwald manteve-se alinhado com a defesa da liberdade de expressão, apenas isso, o que o levou a ser expulso do jornal que fundou, The Intercept. Elon Musk divulgou documentos internos de sua própria empresa, o X, algo que pode ser comparado aos vazamentos do WikiLeaks, que Greenwald à época reportou.

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