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Brasil

Greenpeace: ‘o petróleo tem que ficar no nosso passado!’

Em mais um episódio de sua campanha contra a exploração do petróleo na Foz do Amazonas, ONG critica nova indicação de Lula à presidência da Petrobrás

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu Jean Paul Prates do cargo de presidente da Petrobrás. Sua saída, rejeitada amplamente pelo “mercado”, que fez o valor das ações da empresa na Bolsa de Valores despencar, deveria ter sido motivo de comemoração de toda a esquerda e, de maneira geral, do povo brasileiro. Afinal, Prates era um defensor do capital financeiro dentro da Petrobrás, algo que ficou claro quando ele se insurgiu contra a política do presidente de reter parte dos dividendos pagos aos acionistas.

Além de reagir por meio da Bolsa de Valores, o imperialismo mobilizou outro setor importante de seu aparato para criticar a decisão de Lula e pressionar o governo a ir à direita no que diz respeito ao petróleo: as Organizações Não Governamentais (ONGs). No dia 16 de maio, pouco tempo após o anúncio da demissão de Prates, a Greenpeace Brasil, por meio de sua conta oficial no X (antigo Twitter), publicou um fio afirmando que a troca em questão não traz nenhuma “melhora pro meio ambiente”.

“Jean Paul Prates, agora presidente demitido da Petrobras, defendia que o Brasil continuasse produzindo petróleo até não ter mais o que perfurar em volta do nosso país. Principalmente na Amazônia. Isso enquanto todo mundo tá vendo EM TEMPO REAL o agravamento da crise climática.

Aí tá. O governo brasileiro decidiu demitir o Jean Paul Prates do comando da Petrobras. Pra priorizar a transição energética justa? Nããão! Pra seguir apostando em MAIS exploração de petróleo”, afirmou a ONG.

A organização, então, relembra que Magda Chambriard, pessoa indicada por Lula para ocupar a presidência da Petrobrás, defende a exploração do petróleo na Margem Equatorial: “em uma entrevista em abril, ela disse bem assim: ‘A gente não pode desistir da Margem Equatorial. Nesse ponto, meu foco é a Foz do Amazonas’”.

“Com a indicação da nova presidenta da Petrobras, mais uma vez o presidente Lula desperdiçou a chance de posicionar a empresa como uma referência na produção de energia limpa, sem emissão de gases que agravam a crise climática!”, afirmou a Greenpeace.

Para finalizar, em uma defesa apaixonada da política imperialista, a ONG critica o slogan da campanha lançada pela Liga da Emancipação Nacional de 1955 que dizia “o petróleo é nosso!”, afirmando que “assim como essa frase, o petróleo tem que ficar no nosso PASSADO!”. Colocando um link, então, para um abaixo-assinado criado pela própria Greenpeace Brasil que reivindica: “petróleo na Amazônia não!”.

Trata-se, evidentemente, de uma tentativa de constranger o governo Lula a adotar uma política “ambientalista”, ou seja, uma política para que os recursos naturais do Brasil sejam preservados para que, posteriormente, os países imperialistas possam roubá-los. Desde 2017, a Greenpeace Brasil está voltando boa parte de sua atuação para atacar a exploração do petróleo na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial. Um dos locais que faz parte do que pode ser, segundo estudos da própria Petrobrás, o “novo pré-sal”.

Naquele ano, a ONG iniciou uma campanha histérica para afirmar que haveria corais na região, os chamados “Corais da Amazônia”. Com base nisso, orquestrou uma ampla campanha contra a exploração petrolífera na região. Essa alegação foi, diga-se de passagem, desmentida pelo pesquisador brasileiro Luís Ercílio Faria Junior, doutor em Ciências Naturais da Universidade Federal do Pará (UFPA).

“Os mapas oficiais garantem que as regiões indicadas pelo Greenpeace como ‘Corais da Amazônia’ são, na verdade, rochas calcárias”, disse o pesquisador ainda em 2023.

Não é de se espantar que a Greenpeace utilize a demissão de Prates para continuar sua campanha lesa-pátria. Finalmente, esta ONGs está desesperada para impedir que Lula explore o petróleo que é do povo brasileiro e utilize este petróleo para desenvolver o País. E não é à toa: segundo Manuel Llamas, do blogue Libertad Digital, a Greenpeace é financiada por figuras que fizeram boa parte de suas fortunas explorando o petróleo.

De 2000 a 2008, por exemplo, a Greenpeace recebeu mais de um milhão de dólares da Rockefeller Brother’s Fundation. John D. Rockefeller fundou a empresa Standard Oil, que chegou a monopolizar a exploração do petróleo no começo do século XX. Seus descendentes são acionistas da Exxon Mobil Corporation, uma das maiores petrolíferas do mundo, fruto, inclusive, da divisão da Standard Oil em outras 34 empresas.

Outro exemplo é a doação feita pela Marisla Foundation, em cerca de meio milhão de dólares. Tal fundação foi fundada em 1986 pela família Getty. J. Paulo Getty fundou a petrolífera Getty Oil.

Quer dizer, não restam dúvidas de que a Greenpeace não passa de uma fachada dos magnatas do petróleo para, mais uma vez, garantir que o petróleo brasileiro fique debaixo da terra. Não por qualquer preocupação com o planeta, mas porque querem garantir ou que explorem eles próprios este petróleo, ou que o dinheiro proveniente dele caia em seus bolsos.

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