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Margem Equatorial

Greenpeace forja resultados para barrar exploração de petróleo

ONG imperialista acabou comprovando estudo anterior que atestava viabilidade ambiental de exploração de petróleo no "novo pré-sal"

Por meio de nota emitida nessa terça-feira (4), a Petrobrás divulgou um estudo recente que comprovou que, no quesito ambiental, é viável explorar petróleo na Margem Equatorial — mais especificamente, no litoral do Amapá. A análise divulgada pela petrolífera brasileira mostra que, se houver um vazamento de petróleo, algo que, por si só, já possui uma possibilidade remota, o “ouro negro” não iria em direção ao litoral brasileiro, mas sim, para áreas oceânicas internacionais.

É interessante notar que o estudo foi conduzido pela ONG imperialista Greenpeace e pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa). A organização estrangeira tinha como objetivo barrar a exploração na Margem Equatorial, entretanto, acabou comprovando sua viabilidade.

O estudo consistia, principalmente, no mapeamento das correntes marítimas da região. Para tal, o Iepa lançou sete derivadores (boias de deriva) ao mar e, com o registro do movimento destes equipamentos oceanográficos, foi possível simular os caminhos que um vazamento faria.

Entretanto, conforme foi dito pela própria Petrobrás na nota, a qual está disponível na íntegra no final deste artigo, a Greenpeace tentou utilizar os resultados coletados pelo Iepa de maneira mentirosa para impedir que o Brasil explore seu petróleo. Como explica a empresa brasileira:

“Os derivadores (boias que simulam a movimentação do óleo) do Greenpeace que alcançaram a costa do Amapá foram lançados próximos à zona costeira e em águas rasas da bacia. A Petrobras não pretende operar nesse faixa marítima e, portanto, esses resultados não são representativos de um cenário acidental na área do bloco onde haverá perfuração.”

A Petrobrás também garante que “o cenário de vazamento de óleo é uma possibilidade remotíssima, considerando os sistemas preventivos e de segurança operacional de última geração utilizados pela Petrobras”.

“A companhia opera no litoral brasileiro há décadas, sem qualquer registro de acidentes com vazamento na perfuração de poços. A Petrobrás é referência na exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultra profundas. A empresa possui um plano de resposta a emergência de referência mundial, contando com equipamentos de última geração e equipes bem treinadas e altamente qualificadas para atuar na contenção e no recolhimento do óleo de um eventual vazamento”, diz a nota da empresa.

Na última segunda-feira (3), em entrevista à emissora norte-americana CNN, Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, defendeu que o Brasil precisa “se espelhar” no que a Guiana está fazendo na Margem Equatorial e explorar o petróleo com rapidez. Para Silveira, a Guiana “chupa de canudinho as riquezas do Brasil”.

“O que eu quis dizer é que a Guiana avançou de maneira muito célere nesta região geológica, que divide com o Brasil. Isso demonstra de maneira inequívoca que a Guiana tem mérito em atrair tantos investimentos nesta áreas. […] Precisamos até nos espelhar na velocidade que teve a Guiana de atrair tantos investimentos”, disse o ministro.

Ainda na segunda-feira (3), Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia, também defendeu a exploração da Margem Equatorial. Ela afirmou que “não há como o Brasil abrir mão” da exploração do petróleo:

“Esse debate em relação à exploração do petróleo, o Brasil também detém a principal tecnologia de exploração de petróleos em águas profundas. Há décadas, e todos nós sabemos, que é preciso ter uma transição, e essas transições nem sempre são tão rápidas. Elas podem ser transições mais longevas, porque elas acabam sendo também ainda uma necessidade. Não há ainda uma possibilidade de inversão ou de mudança daquela base dessa matriz, que também é uma matriz energética”, afirmou durante a abertura da Conferência Internacional de Tecnologia (CITER).

Estas declarações mostram que existe uma pressão cada vez maior de dentro do governo para que o País explore o seu petróleo, uma resposta à campanha lesa-pátria que o imperialismo, por meio de figuras como Marina Silva, do Ministério do Meio Ambiente, leva adiante.

O principal acontecimento que evidenciou essa disputa, entretanto, foi a demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobrás e sua substituição por Magda Chambriard. Em entrevista à Petronotícias, ela argumentou que a Margem Equatorial é ainda pouco explorada. “Estamos diante de uma questão: qual fronteira poderá garantir a continuidade da produção e das exportações do país a partir do momento em que a produção do pré-sal começar a declinar?”, afirmou.

Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) durante o governo Dilma, também argumenta que a exploração precisa ser feita com antecedência. “É preciso sempre licitar uma área de alto potencial, como foi feito no pré-sal, bem como licitar áreas com oportunidades de negócios para as pequenas empresas“, disse ao Petronotícias.

Confira, abaixo, a nota da Petrobrás na íntegra:

“O estudo conduzido pela Greenpeace e pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) confirmou os resultados dos estudos de modelagem de dispersão de óleo realizados em 2015 e 2022 pela empresa especializada Pró Oceano, contratada pela Petrobras.

As modelagens foram realizadas como parte do processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59, localizado em águas profundas do litoral do Amapá, a cerca de 500 km de distância do foz do rio Amazonas, com base em termo de referência emitido pelo Ibama. Nessa região, tanto as modelagens encomendadas pela Petrobras quando o estudo realizado pelo Greenpeace e pela Iepa indicaram que, em caso de vazamento, o comportamento de deriva do óleo é no sentido contrário do litoral brasileiro, para áreas oceânicas internacionais.

Além dos da Petrobras e do Greenpeace, outros dois levantamentos, realizados pelo Global Difter Program (GDP) e no Projeto Costa Norte (Enauta), já haviam apresentado resultados similares para o comportamento das correntes da região.

Os derivadores (boias que simulam a movimentação do óleo) do Greenpeace que alcançaram a costa do Amapá foram lançados próximos à zona costeira e em águas rasas da bacia. A Petrobras não pretende operar nesse faixa marítima e, portanto, esses resultados não são representativos de um cenário acidental na área do bloco onde haverá perfuração.

O cenário de vazamento de óleo é uma possibilidade remotíssima, considerando os sistemas preventivos e de segurança operacional de última geração utilizados pela Petrobras. A companhia opera no litoral brasileiro há décadas, sem qualquer registro de acidentes com vazamento na perfuração de poços.

A Petrobras é referência na exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultra profundas. A empresa possui um plano de resposta a emergência de referência mundial, contando com equipamentos de última geração e equipes bem treinadas e altamente qualificadas para atuar na contenção e no recolhimento do óleo de um eventual vazamento.”

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