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Mato Grosso do Sul

Governo Riedel deixa índios sem água e sem comida

Índios guarani-caiouá e terena denunciam a perseguição desumana sofrida por governo tucano, que ameaça deixar índios sem cesta básica

Na última terça-feira (17), foi ao ar mais uma edição do Programa de Índio, transmitido pelo canal Lives da COTV, onde Marcelo Batarce discutiu sobre o criminoso abandono do governo de Eduardo Riedel (PSDB) com os índios do Mato Grosso do Sul.

Um dos pontos centrais do programa foi o relato de moradores das aldeias que enfrentam filas desde as primeiras horas da manhã, apenas para ter seus pedidos de recadastramento para receber cestas básicas pelo governo negados. Muitas famílias, especialmente moradoras de áreas de retomada como Jaguapiru e Bororó, foram excluídas do benefício. A situação se torna ainda mais crítica quando somada à falta de acesso à água potável, comprometendo não apenas a alimentação, mas também a higiene básica e a saúde.

“Cheguei lá era 4h50, ficamos até as 7h na fila. Fiquei acho que umas 2 horas e meia e tinha muita gente. E muita gente também não foi recadastrada”, relatou uma moradora.

Outro ponto debatido foi o impacto da falta de água potável nas aldeias. Essa questão não é nova, mas tem se agravado devido à negligência estatal e à falta de medidas efetivas. “A gente já tem um problema da água. Agora vão ficar também sem comida?”, disse uma índia entrevistada.

Além disso, moradores das áreas de retomada como a Jaguapiru e Bororó, destacaram a injustiça do recadastramento, que está excluindo deliberadamente aqueles que vivem nessas áreas. “Tenho uma filha que é deficiente mental, e a gente precisa. Ontem, levantei umas 3 horas da manhã para fazer esse recadastramento, cheguei lá e não quiseram fazer porque moramos numa retomada”, afirmou uma das moradoras.

Também foi denunciado que essas medidas fazem parte de uma política maior de exclusão e precarização: “Querem passar um pente-fino”, destacou Batarce”, “talvez o que pode acontecer é uma família pegar uma cesta básica a mais, mas ninguém vai ficar milionário ou tirar lucro disso. Na verdade, é uma medida bárbara, realmente bastante violenta”.

A denúncia da política criminosa contra as comunidades foi reforçada durante a apresentação do programa, que trouxe relatos da superexploração da mão de obra dos índios em áreas urbanas próximas. Apesar de desempenharem funções essenciais em setores como construção civil e serviços gerais, esse setor da classe trabalhadora local recebe salários mais baixos e enfrentam condições de trabalho precárias.

Confira, abaixo, o programa na íntegra:

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