Desde o dia 13 de maio, protestos, levados em sua maioria pela juventude, vem tomando a Nova Caledônia. A mobilização começou por conta da decisão do parlamento francês de aumentar o poder de voto, ou seja, o poder político da população francesa residente na colônia. Diminuindo, consequentemente, a força política da população local e aumentando a opressão imperialista no território do Pacífico.
O governo colonial francês reprimiu as manifestações de forma brutal. Até o fechamento desta edição, a repressão francesa havia deixado seis mortos, centenas de feridos e 280 manifestantes presos. Para além disto, a repressão deu-se também na retirada dos direitos democráticos da população, incluindo a proibição de reuniões públicas, porte de armas e venda de álcool, a instituição de um toque de recolher e o fechamento do aeroporto principal do país para o tráfego comercial.
A França utilizou da mesma tática de repressão das liberdades democráticas que os EUA. Assim como os norte-americanos tentam derrubar a rede social TikTok para impedir a manifestação dos estudantes pró-Palestina, os franceses bloquearam a rede social alegando que esta foi utilizada para convocar protestos no ano passado. Portanto, seria perigoso deixar a livre manifestação da população neocaledônia nas redes sociais. Confrontos entre manifestantes pró-independência e milícias favoráveis ao imperialismo francês também eclodiram nos últimos dias.
Os manifestantes têm respondido à repressão com bloqueios nas principais estradas do país – incluindo a estrada que liga o aeroporto à capital, Noumeá – e ateando fogo a centenas de carros e edifícios.
Na última segunda-feira (20), o presidente francês, Emmanuel Macron, enviou 1.050 soldados da polícia da metrópole francesa para a Nova Caledônia para reprimir as manifestações. Segundo os partidos pró-independência da Nova Caledônia, eles estão abertos a negociar o fim dos protestos assim que o governo engavetar a nova legislação. Porém, Paris afirma que só negociará após o fim dos protestos.
Na terça-feira (21), Macron partiu para a Nova Caledônia para negociar com os manifestantes o fim dos protestos.