A questão do garimpo nas terras dos ianomâmi é um grande problema para essa população, mas não o único. Além disso, as táticas do governo para combater essa questão são apenas a repressão, um governo de esquerda deveria saber que não se resolvem problemas sociais com repressão, mas sim com políticas sociais.
Em setembro de 2024, o Governo Federal completou 2.048 operações contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Ianomâmi, o que resultou em uma redução de 96% na abertura de novos garimpos desde março. Em comparação com 2022, quando 984 hectares de novas atividades de garimpo foram detectados, apenas 37 hectares foram identificados entre março e setembro de 2024, e nenhum novo garimpo surgiu em setembro.
O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) relatou que as ações trouxeram perdas significativas aos garimpeiros, totalizando mais de R$ 215 milhões, além da apreensão de diversos materiais e prisões de infratores. Durante o V Fórum de Lideranças realizado em setembro, o presidente da Hutukara Associação Ianomâmi, Davi Kopenawa, um conhecido onguista aliado do imperialismo, elogiou as medidas do governo.
Mas a grande questão é, o problema foi resolvido com as operações do governo? Quando a polícia sair dessa terra, o garimpo retornará imediatamente. Se ela continuar em determinado momento será corrompida e o garimpo irá retornar. Ou talvez o governo mude e assim o garimpo também retornará. É uma falsa solução.
Em relação à população Ianomâmi também não há grandes ganhos. Os garimpeiros não estão na terra, mas eles continuam na miséria absoluta. O problema do garimpo deveria ser resolvido com grandes políticas de governo. Primeiro, a autodefesa dos índios. Caso os índios tenham treinamento e armamento, ninguém, seja garimpeiro, latifundiário, pistoleiro ou policial, poderá oprimi-los com violência.
Segundo, desenvolvimento econômico, tanto para os índios quanto para o resto da população, que recorre ao garimpo pro estar na miséria. Os índios inclusive deveriam ter o direito de explorar seus recursos minerais, assim esse setor já estaria tomado, seria uma fonte de riqueza para os ianomâmis e facilitaria muito a proteção da terra.
A política de repressão e sem desenvolvimento é a política dos onguistas que querem, a longo prazo, tornar a amazônia um território totalmente dominado pelo imperialismo.