Segundo Manuel Adorni, porta-voz do governo da Argentina, a legalização do aborto é algo que, em algum momento, será discutido pelo presidente do país. De acordo com Adorni, apesar do golpista Javier Milei estar cuidando de temas “urgentíssimos”, “podemos suspeitar que efetivamente é um tema [a revogação da lei do aborto] que se debaterá em algum momento”.
A lei que regulamenta a interrupção voluntária da gravidez foi aprovada pelo Congresso argentino em 2020. Agora, com a chegada de Milei, esse importante direito para as mulheres pode ser completamente destruído pelo novo governo golpista.
Tanto é que, em janeiro, o governo publicou um decreto no qual afirma que 2024 será “o ano da defesa da vida, da liberdade e da propriedade”, fazendo referência à questão do aborto.
Dados do projeto Mirar, uma iniciativa do Centro de Estudos de Sociedade e Estado (Cedes) apontam que, desde que o aborto foi legalizado até 2023, houve uma redução de 43% nos índices de mortes de mães, bem como de 40% no número de adolescentes grávidas.
“O aborto transformou a vida social, política e sanitária do país. Concretamente, reconheceu o direito de decidir das mulheres e de outras identidades, mas também implicou mudanças nos sistemas de saúde e na política pública”, destaca o relatório que, divulgado em dezembro de 2023, foi produzido em parceria com Ibi Reproductive Heatlh.





