Na manhã de segunda-feira (18), a secretária de Educação do Goiás, Fátima Gavioli, anunciou que o governo abrira 10 novos colégios sob intervenção militar nos próximos anos. Hoje, a rede educacional goiana possui 82 unidades do tipo, quase o dobro da quantidade registrada no final de 2018, de 57 escolas militares.
Para defender a proposta reacionária do governo e se esquivar das denúncias feitas contra colégios militares, Gavioli disse que “a escola militar tem uma diretriz, um objeto, um projeto pedagógico que coloca a disciplina com um poder bem alto”. Suas declarações foram feitas no programa Jackson Abrão Entrevista.
Bia de Lima (PT), deputada estadual e presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), fez uma crítica muito leve ao anúncio da secretária de Caiado. “Transformar uma escola em um colégio militar não quer dizer que, necessariamente, aquela será uma unidade de ensino melhor”, disse.
É preciso, porém, explicar o problema de maneira clara: as escolas militares representam um grande ataque contra a juventude e, principalmente, contra o movimento estudantil. Não é à toa que muitos colégios desse tipo proíbem a criação de grêmios estudantis e afins.
Trata-se, também, de uma tentativa de tornar a intervenção militar algo “normal” frente à população, algo que acontece, por exemplo, com os decretos do tipo Garantia de Lei e Ordem (GLOs).