A Secretaria de Educação do Paraná (Seed) usou dados privados de pais e alunos da rede estadual de ensino para fazer propaganda contra o Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do Paraná (APP-Sindicato). A Secretaria de Educação disparou dois vídeos atacando a greve da categoria para pais e alunos que os receberam em seus celulares.
Em um dos vídeos, o governo fala em “manifestações repletas de violência” e que os “filhos e filhas estariam em risco”. A ação criminosa do governo atenta contra Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), é um uso político de informações privada para caluniar uma instituição que apenas exerceu seu direito constitucional de greve e um atentado do Estado contra o direito de greve.
A Secretaria confirmou o envio de mensagens utilizando os dados privados, sem permissão e para uso político, uma vez que a greve é contra o Estado, e afirmou, de maneira completamente cínica:
“O objetivo era alertá-los sobre os riscos que estudantes podem enfrentar em manifestações, promovendo a reflexão e prevenindo situações adversas.”
Fato é que essa medida criminosa é parte da campanha truculenta do governo do Estado, tendo a frente o elemento de extrema direita Ratinho Jr., contra a educação em geral e contra a APP-Sindicato em particular.
Os trabalhadores da educação pública do Estado entraram em greve no último dia 3 contra o projeto do governo de entregar a gestão financeira de mais de 200 escolas à iniciativa privada, um passo importante no intento de privatizar a educação pública. Contra esse ataque monumental e em defesa de um conjunto de reivindicações da categoria, os trabalhadores pararam as escolas e mobilizaram nas ruas.
O governo ainda usou outros expedientes truculentos, antidemocráticos para conter o ímpeto dos trabalhadores na luta pela educação e pelos seus direitos:
A Procuradoria Geral do Estado pediu a prisão da presidente do sindicato, professora Walkiria Mazeto, por desobediência e ainda multa de R$10 mil diária para a presidente e o aumento da multa para R$100 mil diária para o Sindicato caso a greve continuasse. A medida ilegal e repressiva, digna de um regime ditatorial, se assenta no fato de uma desembargadora ter proibido a greve no dia 1º de junho, antes mesmo de seu início. Uma clara decisão arbitraria que fere o direito constitucional de greve.
O governo do Estado do Paraná mostra, mais uma vez, que é inimigo dos trabalhadores do Estado e usa os mais vis estratagemas para perseguir e reprimir a luta dos trabalhadores. É preciso mobilizar amplamente para derrotar a extrema direita e a direita no Paraná.