Na sexta-feira (5), o governo do Iraque anunciou que o Comitê Bilateral Iraque-EUA, criado no final de 2023, iniciou a discussão sobre a retirada das tropas norte-americanas do país. O primeiro-ministro, Mohamed al-Sudani, afirmou: “estamos no processo de definir uma data para o início do diálogo através do comitê bilateral que foi formado para determinar os arranjos para a retirada das tropas estrangeiras”. A declaração foi dada em meio a homenagem do martírio de Abu Mahdi, líder das Forças de Mobilização Popular que foi assassinado em conjunto a Soleimani em 2020.
Ele continuou: “reafirmamos nosso compromisso firme e princípios de encerrar a presença da coalizão internacional, pois as justificativas para sua existência chegaram ao fim. Este é um compromisso do qual o governo não recuará, e não negligenciaremos nada que complete a soberania nacional sobre a terra, céu e águas do Iraque”
A declaração veio após o assassinado de um dos comandantes das Forças de Mobilização Popular por um bombardeio dos EUA no Iraque. Sudani afirmou que as FMP são “uma presença oficial afiliada ao Estado, sujeita a ele, e uma parte integrante de nossas forças armadas. Afirmamos repetidamente que, em caso de violação ou transgressão por qualquer parte iraquiana, ou se a lei iraquiana for violada, o governo é a única parte com o direito de acompanhar os méritos dessas violações. O governo é a entidade autorizada a impor a lei, e todos devem agir através dele, e ninguém tem o direito de infringir a soberania do Iraque”.
As Forças de Mobilização popular foram formadas em 2014 para combater o Estado Islâmico, que havia tomado controle no noroeste o país. O Aitatolá Ali al-Sistani, mais importante clérigo xiita do Iraque, criou o grupo com apoio do Irã. A principal figura iraniana na luta contra o Estado Islâmico foi justamente o general Qassem Soleimani.



