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Europa

Próximas semanas podem ser decisivas para a Geórgia

O imperialismo ainda acredita que pode interferir abertamente nos assuntos internos de um país que sequer é membro das suas instituições e alianças

Recentemente, na Geórgia, houve a aprovação da lei de influência estrangeira, que exige que todas as ONGs e meios de comunicação que recebem mais de 20% de seu financiamento do exterior se registrem como “agentes estrangeiros”. Ela foi, primeiramente, vetada pela presidenta do país. Depois, o veto foi derrubado pelo Parlamento.

A Geórgia, assim como o Brasil, é um país dominado pelas ONGs financiadas pelo imperialismo, podendo ser equiparada à Ucrânia durante o golpe de Estado que impôs uma brutal ditadura no país. Finalmente, a ação do parlamento georgiano serviu para minar a influência imperialista em seu país.

Não é à toa que os críticos da medida acusam a lei de ser “pró-Rússia” ou de “seguir o exemplo do Kremlin”. A similaridade com a legislação russa, que bane ONGs que agem contra os interesses nacionais em nome do imperialismo, é usada por oportunistas para gerar uma calúnia de “autoritarismo”, como se houvesse alguma espécie de restrição à “sociedade civil” e não aos agentes imperialistas.

Na Rússia, a lei em questão foi utilizada para rotular organizações como “agentes estrangeiros”, resultando em perseguições legais contra tais agentes, fechamento de grupos e responsabilização de supostos ativistas que desestabilizavam a unidade nacional em nome dos Estados Unidos. Por parte do imperialismo, há um temor de que a Geórgia siga um caminho similar com suas sucursais.

Os EUA e a União Europeia, que já criticaram abertamente a decisão e mostraram-se, cinicamente, preocupados com a situação do país, afirmaram que tal adoção da lei pode prejudicar a imagem da Geórgia como uma democracia emergente e comprometida com os valores ocidentais de liberdade e direitos humanos. O cinismo, porém, aumenta quando os críticos à lei, sob acusação de autoritarismo e perseguição à liberdade, são os mesmos que apoiam e financiam os nazistas israelenses no massacre brutal promovido contra os palestinos há décadas.

A lei é vista pela União Europeia (UE) como incompatível com os “princípios democráticos” da UE, a mesma UE que condena o jornalista Julian Assange, enquanto afirmam, também, que a aprovação da lei pode ser interpretada como um movimento para distanciar a Geórgia da integração com o resto da Europa, impedindo sua entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Ao mesmo tempo, os defensores da lei encontram respaldo em amplos setores sociais, sobretudo os nacionalistas, que argumentam que ela é necessária para proteger a soberania nacional da Geórgia contra interferências estrangeiras.

A transparência no financiamento estrangeiro é crucial para garantir que as ONGs e meios de comunicação não sejam usados para influenciar a política interna do país, como já são utilizadas. A classificação como um agente estrangeiro escancara, para uma parcela da população, a prática nefasta que ocorre em seu país. A maior piada se dá quando os EUA, críticos da Geórgia, possuem uma legislação similar: a FARA, que também exige que entidades financiadas por estrangeiros se registrem e divulguem suas fontes de financiamento.

Nos últimos anos, na Geórgia, ocorreram duas tentativas de revolução colorida com financiamento norte-americano. As ONGs imperialista foram essenciais nestes protestos, pedindo a renúncia do governo e a formação de um governo com a participação delas. Como pontuou Kobakhidze, o primeiro-ministro do país, as relações Geórgia-EUA precisam ser reconsideradas.

Muitos especialistas e analistas georgianos concordam que a liderança georgiana será capaz de superar o desafio se não se desviar do seu rumo e conseguir acalmar o povo sem sucumbir às provocações internas e externas. O partido Georgian Dream tem muitos apoiadores, caso contrário, a liderança do partido e do país não teriam arriscado adotar a nova lei. Por outro lado, vários partidos de esquerda, que defendem a integração com a União Europeia, não são particularmente populares.

O partido no poder entende isso bem. Se antes o partido seguia um rumo “pró-europeu”, agora, está se afastando lentamente dele. A pressão externa e a interferência imperialista nos assuntos internos da Geórgia, bem como a crise na qual a Europa está metida, sugerem que a liderança georgiana deve agir apenas com base nos seus interesses nacionais, em vez de seguir um caminho mais pró-imperialista como tem feito durante muitos anos.

O imperialismo ainda acredita que pode interferir abertamente nos assuntos internos de um país que sequer é membro das suas instituições e alianças, e dizer que leis deve ou não adotar. A entrada em vigor da lei conduzirá a uma maior divisão entre a Geórgia e os países imperialistas, e as próximas semanas poderão ser decisivas para o país.

Com informações da RT

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