Nesta terça-feira (5), o delegado Valdecy Urquiza, da Polícia Federal (PF) do Brasil, foi confirmado como o novo secretário-geral da Interpol, cargo mais alto da organização policial internacional, durante a 92ª Assembleia Geral realizada em Glasgow, no Reino Unido. Esta é a primeira vez que um brasileiro assume o posto de chefe da maior organização de cooperação policial do mundo.
Urquiza foi eleito com 96% dos votos dos 153 países presentes na assembleia. Ele havia sido indicado em junho pelo comitê executivo da Interpol, e seu mandato terá duração de cinco anos, podendo ser renovado por mais cinco. No discurso de posse, o delegado ressaltou que pretende focar em três pilares: tecnologia, inclusão e integridade, visando enfrentar crimes transnacionais que exigem uma resposta global.
Lula parabenizou Urquiza em suas redes sociais, desejando-lhe uma “excelente gestão no combate ao crime organizado”, enfatizando que sua eleição reflete o respeito à Polícia Federal. O presidente comemorou a ascensão do brasileiro ao cargo, destacando-a como um “respeito ao Brasil”.
A nomeação de Valdecy Urquiza para o mais alto cargo da Interpol revela que a PF, que deveria servir aos interesses nacionais, se encontra, na verdade, totalmente sob o controle do imperialismo. Tal controle é evidenciado, mais uma vez, pela escolha de um brasileiro para um cargo tão importante. Esse nível de confiança do imperialismo não se dá por acaso; ele é resultado da subordinação da PF às potências imperialistas, algo que ficou claro no escândalo da Vaza Jato, quando se revelaram as relações suspeitas da instituição com o governo norte-americano.
A relação da PF com o imperialismo também ficou clara com a prisão de Lucas Passos, que foi preso arbitrariamente ao ser acusado de ser um terrorista com relações com o partido libanês Hesbolá. Sua prisão fez parte de uma operação que contou com a orientação e a cooperação do FBI e do Mossad.
A escolha de Urquiza para o comando da Interpol é apenas mais uma expressão do fato de que a PF é braço do imperialismo dentro do Brasil. E isso, inevitavelmente, impacta o governo Lula, que, mesmo aplaudindo a nomeação, ignora que a PF age de forma autônoma e em consonância com os interesses de potências estrangeiras, não com os interesses do governo brasileiro. Esse é um erro grave que reforça como Lula está cada vez mais acuado e impedido de tomar decisões independentes, pois a estrutura do seu governo está infiltrada por agentes que servem a interesses externos.
É ainda mais alarmante que a ascensão de Urquiza tenha sido articulada já no governo Bolsonaro, com o apoio de um Ministério da Justiça também cachorro do imperialismo.
Isso ajuda a entender o motivo pelo qual Lula vem cedendo ao imperialismo em questões como a da Venezuela. Com uma PF controlada por interesses imperialistas, a administração do presidente se vê praticamente refém de uma estrutura que atua não para ele, mas para forças estrangeiras. O caso de Lucas Passos, em que a PF agiu a mando do Mossad, e o envolvimento da corporação na perseguição promovida por Sergio Moro contra Lula são claros indícios de uma polícia instrumentalizada contra os interesses nacionais.