Em coluna publicado no jornal O Globo no dia 21 de janeiro, Merval Pereira, porta-voz oficial da Família Marinho, afirmou que “ao dizer que a Operação Lava-Jato foi uma “mancomunação” de juízes e promotores com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Lula poderia ser enquadrado na investigação de fake news coordenada pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes.”
Mais adiante, Merval diz que “O empenho da gestão Lula em reescrever a história recente, trazer o passado para o presente, repetir os mesmos erros para tentar resultados diferentes, parece uma síndrome, que pode levar sua gestão a exacerbar a polarização política”. Ou seja, para Merval, Lula deveria ficar calado sobre os golpes desferidos contra seus si próprio e contra seus partidários – golpes esses que contaram com o apoio entusiasmado de O Globo.
Merval Pereira se mostra particularmente incomodado com a declaração feita por Lula no último dia 18, quinta-feira, apontando o fato de que houve um combinado “entre alguns juízes e alguns procuradores subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos que nunca aceitaram que o Brasil tivesse uma empresa como a Petrobras”.
Por fim, a coluna se estende indicando que Lula não deveria ser radical, não deveria tocar no interessa da burguesia e muito menos inflamar seu eleitorado contra os candidatos da burguesia e os golpistas de plantão.
O que chama a atenção, de fato, é que a campanha da censura, enfim, chega com tudo para intimidar o presidente Lula, que tem apoiado a tal “regulamentação das redes sociais”. Merval Pereira, ao falar sobre a insistência de Lula com a afirmação de golpe, chama o Supremo Tribunal Federal a calar o Presidente: Ao dizer que a Operação Lava Jato foi uma “mancomunação” de juízes e promotores com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Lula poderia ser enquadrado no famigerado “inquérito das Fake News” coordenada pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
É preciso lembrar que o setor dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT) e o próprio governo Lula estão impulsionando, neste momento, o Projeto de Lei 2630, o chamado PL das “Fake News”, acreditando que essa é a maneira de combater a direita e o bolsonarismo. Na verdade, o PL das “Fake News” é a legislação em defesa dos monopólios da comunicação e dos interesses dos poderosos, como deixa claro Merval Pereira ao pedir a censura do presidente da República assim que ele fala sobre o golpe que foi orquestrado no Brasil pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e dos políticos burgueses.
O PL das “Fake News“, apesar de visar censurar a esquerda e o movimento popular, também contribuirá para a impopularidade do governo, potencialmente gerando novas crises. O projeto é percebido como favorecendo os poderosos que conspiram contra o povo, mesmo que uma parte da esquerda nacional o apoie.
O Partido dos Trabalhadores, liderando a campanha pelo Projeto de Lei das “Fake News”, será associado à medida draconiana contra a Internet, resultando em uma aliança controversa entre o PT e a direita.
O combate às chamadas “fake news” são uma farsa que será muito bem recebida por indivíduos como os ministros do STF, que já censuram e diferem ataques contra os movimentos populares e a esquerda. Alexandre de Moraes e seus pares não são os “guardiões da democracia”, são inimigos diretos de qualquer direito democrático.