Neste domingo (3), o Fantástico, programa de variedades da Rede Globo, divulgou imagens que comprovariam a existência de um suposto plano de ataques à comunidade judaica no Brasil. Os vídeos, no entanto, mostram nada mais que um carro passando por uma mesquita e por um cemitério. Para o Fantástico, seriam provas irrefutáveis de que os judeus correm perigo. Curiosamente, os mais de 30 mil mortos na Faixa de Gaza em apenas cinco meses não foi suficiente para que a Família Marinho se desse conta de que há um genocídio na Palestina!
Nem a Globo consegue esconder os motivos pelos quais decidiu publicar a reportagem: ela foi encomendada pelo Departamento de Estado norte-americano. Isso apenas comprova o que o presidente russo Vladimir Putin falou em entrevista à Tucker Carlson sobre a grande imprensa em todo o mundo: que é uma imprensa comprada pelos norte-americanos. A Globo, assim como a Folha de S. Paulo e a Veja, não é uma imprensa brasileira: é uma imprensa norte-americana que escreve em português – ou numa língua parecida com esta.
O que prova isso é que as imagens divulgadas pelo Fantástico foram obtidas por uma investigação da Polícia Federal que seguiu um “alerta” da polícia federal norte-americana, o FBI. Colocando em termos mais claros: foram os Estados Unidos quem ordenaram que a Polícia Federal “investigasse” o caso. E também não há motivos para não crer que foram os Estados Unidos quem mandaram que a Globo divulgasse tais imagens.
Segundo o Fantástico, as imagens de um carro passando à noite ao lado de uma mesquita seria uma prova incontestável de que a Polícia Federal teria evitado um “atentado terrorista” iminente. E qual seria a grande prova? Segundo a Globo, o local estaria em uma lista que, segundo a PF, teria sido encontrada em posse do ilustre desconhecido Lucas Passos Lima.
Aqui, as investigações tomam um caráter ainda mais bizarro e ainda mais pró-imperialista. Enquanto o Fantástico não fala nada dos crimes cometidos por Benjamin Netaniahu, que é chamado de genocida pelos povos de todo o mundo, o programa da Globo chama um rapaz de terrorista porque, em novembro de 2023, uma operação da Polícia Federal disse ter encontrado “indícios” de que ele teria sido cooptado pelo partido libanês Hesbolá.
Essa operação também contou com um “alerta” estrangeiro: segundo o próprio governo israelense, foi o Mossad, serviço de inteligência sionista, quem encomendou a operação. Além disso, pouco tempo depois, veio a público que representantes da Confederação Israelita do Brasil (Conib) se reuniram com a Policia Federal. Por fim, cabe lembrar que o Hesbolá não é uma organização terrorista, mas sim um partido político. E que, inclusive, o Hesbolá nunca protagonizou “atentados terroristas” no sentido que o Fantástico lhe atribui.
As novidades sobre “ataques à comunidade judaica” são, novamente, uma farsa. No entanto, servem para revelar a amplitude da conspiração contra o povo brasileiro. A grande imprensa, Estados Unidos, “Israel” e a Polícia Federal estão juntos para reprimir o povo brasileiro, com o objetivo de sufocar qualquer denúncia dos crimes cometidos na Faixa de Gaza.
Em nota, a organização StandWithUs Brasil, que é uma espécie de embaixada oficiosa de “Israel” no Brasil, alegou que “este é mais um lembrete de que o antissemitismo do regime iraniano e seus grupos terroristas são uma ameaça não apenas a Israel e aos judeus, mas à comunidade internacional como um todo, inclusive ao Brasil”.
Não há margem para dúvidas. Aqueles que, como a Globo e a StandWithUs Brasil, defendem o genocídio em Gaza, querem transformar em criminosos aqueles que se colocam ao lado do povo palestino.