Mikheil Kavelashvili assumiu a presidência da Geórgia neste domingo (29) em meio a protestos pró-União Europeia e pró-OTAN na capital, Tiblíssi, organizados pelo imperialismo. A posse ocorreu após semanas de tensão desencadeada pela decisão do governo georgiano de suspender as negociações de adesão à União Europeia e rejeitar apoio financeiro do bloco até 2028.
Kavelashvili foi eleito pelo parlamento em uma votação que a oposição pró-imperialista, liderada pela ex-presidente Salomé Zourabichvili, alega ter sido fraudada – sem apresentar, no entanto, nenhuma prova. Em discurso a apoiadores, Zourabichvili declarou: “estou deixando a residência, mas permaneço como legítima representante do povo”. A ex-presidente, conhecida por sua defesa da subordinação do país à União Europeia, tem utilizado essas acusações para mobilizar manifestações golpistas contra o governo.
Apesar das alegações, a Comissão Eleitoral Central e o partido Sonho Georgiano afirmam que as eleições foram conduzidas de forma justa e transparente. O Tribunal Constitucional rejeitou recursos apresentados por Zourabichvili e pela oposição, reforçando a legalidade do processo eleitoral.
Protestos pró-imperialistas em Tiblíssi
Algumas dezenas de manifestantes reuniram-se do lado de fora do parlamento durante a cerimônia de posse de Kavelashvili. Ostentando bandeiras da União Europeia, dos Estados Unidos e da OTAN, os manifestantes exibiam cartões vermelhos — em alusão a punições no futebol, esporte no qual Kavelashvili construiu uma carreira antes da política.
As manifestações, inicialmente pacíficas, contaram com episódios de confronto entre grupos pró-imperialistas e apoiadores do governo. Desde outubro, os protestos têm se intensificado, incluindo atos violentos como o uso de coquetéis molotov e fogos de artifício contra forças policiais.
O primeiro-ministro Irakli Kobakhidze e outros membros do governo denunciaram a participação de agentes estrangeiros nas manifestações, denunciando a tentativa de desestabilizar o país em um movimento semelhante ao Euromaidan ucraniano de 2014. O secretário do Sonho Georgiano, Mamuka Mdinaradze, destacou a presença de estrangeiros entre os manifestantes: “por que cidadãos de outros países estão tão incomodados com nossa decisão soberana?”, questionou.
A tentativa de derrubar o governo georgiano segue o padrão de ingerência imperialista que já foi observado em países como Venezuela e Ucrânia. O imperialismo utiliza como pretexto a defesa da democracia para atacar governos que não se submetem a seus interesses.
Na Geórgia, isso se repete, com denúncias de fraudes eleitorais sem provas são acompanhadas de manifestações violentas organizadas com o apoio de organizações estrangeiras. O objetivo é claro: forçar a renúncia de figuras que se opõem em alguma medida à política do imperialismo europeu e norte-americano.
A posse de Kavelashvili representa um revés para os interesses da União Europeia na região, mas o aumento das pressões, incluindo ameaças de sanções e restrições ao regime de isenção de vistos para cidadãos georgianos, mostra que a disputa está longe de terminar.
Derrota leva imperialismo a tentar revolução colorida na Geórgia