A presença militar americana no Brasil esta semana para os exercícios conjuntos Southern Seas 2024 não é apenas uma demonstração da submissão do Exército Brasileiro aos EUA, mas uma ameaça de uma maior investida dos EUA em dominar politicamente o Brasil, inclusive interferindo em suas relações com outros países, como a China. A General Laura Richardson, comandante das Forças Navais do Comando Sul dos EUA, em entrevista ao jornal Valor Econômico expôs os planos imperialistas para o Brasil.
Richardson destacou as preocupações dos EUA com o crescente envolvimento chinês na América Latina, sublinhando que haveria uma grande diferença entre as relações estabelecidas e duradouras entre os EUA e o Brasil, em contraste com a presença mais recente da China na região. Os EUA seriam os verdadeiros democratas e a China os comunistas. Por isso, ela ressalta a necessidade de as democracias se unirem para enfrentar os desafios atuais, destacando a importância estratégica desses exercícios militares conjuntos.
O aniversário de 200 anos das relações bilaterais entre os EUA e o Brasil é uma das desculpas utilizadas para esta intervenção imperialista nesta “colaboração” militar. A presença do porta-aviões USS George Washington no Brasil para os exercícios navais não simboliza uma força militar conjunta, como alega a general imperialista, mas um avanço da presença imperialista no Brasil, que pode instalar-se aqui para ameaçar a nação brasileira, caso as vontades imperialistas não sejam admitidas.
Ao discutir a presença chinesa na América Latina, Richardson enfatiza que o Brasil deve continuar colaborando com os Estados Unidos da América. E ao caluniar as relações China com o Brasil, sobre as implicações da adesão à Iniciativa do Cinturão e Rota da China, incentivando os países a analisarem cuidadosamente os termos e condições desses acordos.
Não se trata de uma preocupação genuína de alerta ao Brasil, em ter problemas econômicos com a China, mas sim uma ameaça velada: “Não se atrevam a aprofundar suas relações com os chineses, ou estaremos aqui para responder militarmente”.
Richardson destaca a disposição dos EUA na região, que inclui iniciativas de assistência humanitária e econômica, e enfatizou a necessidade de combater organizações criminosas transnacionais, cujas atividades contribuem para a instabilidade regional e abrem caminho para até para influência de nações terroristas como o Irã. Ou seja, fica evidente que os EUA encontrarão as mais benevolentes desculpas para interferir e intervir na política no Brasil e por isso querem impedir qualquer desenvolvimento das relações econômicas de outros países com a China.
Os exercícios militares refletem uma tentativa de, em algum momento, ter condições de impor as intervenções imperialistas por meio da força militar.