Nos dias 18 e 19 de novembro, ocorreu, no Rio de Janeiro, a 19ª Cúpula do G20. Na esquerda, aqueles que não estavam se regozijando diante da “grande vitória diplomática do presidente Lula”, paparicado pelas “maiores lideranças do mundo”, afirmaram que a declaração final do evento foi, em grande medida, inócua. Citam, para afirmar isso, o fato de que a resolução da cúpula sequer cita o genocídio em Gaza e a guerra da Ucrânia.
Antes de ser inócua, no entanto, a resolução do G20 tem um caráter extremamente negativo para o mundo inteiro: acima de qualquer coisa, a declaração tem como objetivo limpar a ficha dos genocidas que estavam na cúpula.
O principal ponto da declaração, por exemplo, é a chamada “aliança global contra a fome” – algo que está sendo amplamente comemorado pelo governo brasileiro. Trata-se, no entanto, de uma propaganda evidente em prol de criminosos como Joe Biden, Emmanuel Macron, Olaf Scholz e outros. Decerto que é importante combater a fome. Mas como fazê-lo ao lado de genocidas como estes? De monstros que são os responsáveis por essa miséria?
A declaração também fala da “paz mundial”. Novamente, como levar a sério um documento sobre a paz que é assinado pelos criminosos responsáveis pelas guerras que ocorrem em todo o mundo? Biden, chegando ao final de seu mandato, acaba de permitir que a Ucrânia utilize armas de longo alcance contra a Rússia. Seria essa a paz almejada pelo G20?
Não há nada a comemorar. A visita destes criminosos ao Brasil não é, diferente do que diz a propaganda chapa-branca do PT, uma vitória nem para o governo, nem para o povo.
Se Lula é bem recebido por genocidas, se é paparicado pelos maiores criminosos do mundo, é porque está sendo usado. Lula é uma boa cobertura para estes sanguinários, que podem dizer aos povos oprimidos: “veja, o grande democrata, o grande aliado dos trabalhadores é, também, meu aliado! Confiem em mim”.
O G20 ocorre no momento em que Biden e cia. colocam o mundo à beira de uma nova guerra mundial. Conflito que teria como principal objetivo a defesa dos privilégios e dos interesses imperialistas das grandes empresas norte-americanas, europeias e japonesas.
A declaração final da cúpula, bem como o evento como um todo, é uma vergonha. E aqueles dentro da esquerda que defendem esse tipo de coisa perderam completamente a noção da realidade.